58% menos transações: qualidade em vez de quantidade – Family offices focam em negócios individuais maiores

O cenário global de family offices está passando por uma transformação estrutural. Após atingir um pico de mais de 17.000 negócios no segundo semestre de 2021, o volume de transações caiu para menos de 7.200 negócios em meados de 2025 — o menor nível da última década. Isso é demonstrado por um estudo recente da PWC sobre family offices, que analisa mais de 20.000 family offices em todo o mundo.
No entanto, o declínio não reflete fraqueza, mas sim uma mudança estratégica. "Os family offices estão se tornando mais seletivos, concentrando-se em investimentos menores, porém maiores e mais estratégicos", explicam os autores do estudo. A participação de negócios de médio porte (US$ 25 milhões a US$ 100 milhões) atingiu 26%, o maior nível em dez anos, enquanto as grandes transações (US$ 100 milhões a US$ 500 milhões) atingiram 12%.
Renascimento do mercado imobiliárioO retorno dos investimentos imobiliários é particularmente impressionante. Após uma baixa de 26% no final de 2023, a participação do setor imobiliário saltou para 39% no primeiro semestre de 2025 – o nível mais alto desde 2019. Ao mesmo tempo, os family offices mantiveram o capital de risco, que continua representando 31% de seus portfólios.
"Essa estratégia de diversificação demonstra a crescente profissionalização dos family offices", afirmam os autores do estudo. Eles favorecem os "club deals" — investimentos conjuntos com outros family offices — que representam 69% de todas as transações.
Mudanças geográficasOs family offices norte-americanos estão cada vez mais focados em investimentos domésticos. O número de transações domésticas aumentou de 8.792 para 9.110. Ao mesmo tempo, as transações internacionais com a Europa diminuíram significativamente.
Em termos de localização, Singapura continua sendo a líder global, com 2.720 family offices — mais de 2,5 vezes mais que Nova York. A Alemanha, com 1.300 family offices, surpreendentemente ocupa o terceiro lugar no ranking mundial, à frente do Reino Unido e da Suíça.
Boom desde a crise financeiraSetenta e cinco por cento de todos os family offices foram estabelecidos desde 2001, e metade desde 2012. O maior aumento ocorreu em 2021, com mais de 900 novos escritórios fundados, após o qual o crescimento desacelerou para 190 novos escritórios em 2024.
Os ativos médios sob gestão são de US$ 2,5 bilhões, com os family offices norte-americanos administrando as maiores somas, de US$ 2,9 bilhões.
O estudo destaca a transformação de family offices de meros gestores de ativos em investidores estratégicos que deliberadamente entram em menos negócios, porém mais valiosos.
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