Disputa sobre acesso ao Salão Oval: Casa Branca vence processo contra a AP

Vagas de repórter no Salão Oval de Trump são muito disputadas. A AP perdeu sua vaga regular.
(Foto: AP)
A agência de notícias AP obteve inicialmente êxito em seu processo contra a proibição de acesso ao Salão Oval da Casa Branca. Um tribunal de apelações agora vê as coisas de forma diferente, afirmando que o presidente dos EUA tem poder de decisão sobre quais jornalistas ele permite em seus gabinetes particulares. A decisão ainda não é definitiva.
A agência de notícias Associated Press (AP) sofreu uma derrota judicial em sua disputa com o presidente dos EUA, Donald Trump. Um tribunal federal de apelações dos EUA decidiu que a Casa Branca poderia continuar a excluir a agência de notícias de certas nomeações de Trump. O tribunal, portanto, anulou uma ordem judicial de abril. Um juiz havia ordenado à Casa Branca, há cerca de dois meses, que concedesse novamente à AP acesso às nomeações do presidente.
A Casa Branca proibiu a agência de notícias americana de atuação internacional por se recusar a renomear o Golfo do México para "Golfo da América", em conformidade com a mudança de nome ordenada por Trump. A renomada agência de notícias foi proibida de participar de reuniões no gabinete de Trump na Casa Branca – o famoso Salão Oval – e de viajar no avião presidencial, o Air Force One. O juiz federal Trevor McFadden decidiu em abril que essas medidas violavam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA. A Primeira Emenda garante a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. Se o governo abre suas portas para alguns jornalistas, "não pode fechá-las para outros jornalistas por causa de suas atitudes", decidiu o juiz.
A Casa Branca recorreu dessa decisão – e agora obteve sucesso. O tribunal federal de apelações em Washington decidiu que certas salas restritas usadas pelo presidente dos EUA não são "fóruns da Primeira Emenda". "A Casa Branca, portanto, tem poder discricionário para decidir, inclusive com base em seu ponto de vista, quais jornalistas são admitidos." Negar esse direito à Casa Branca também "limitaria a independência e o controle do presidente sobre seu espaço de trabalho privado", afirma a decisão do tribunal de apelações. Este ainda não é o veredito final da disputa.
Exclusão após disputa de nome para o Golfo do MéxicoO conflito entre a AP e Trump surgiu porque a agência se recusou a se referir ao Golfo do México como "Golfo da América" e a alterar sua política editorial de acordo. A AP ressalta que a região oceânica é chamada de "Golfo do México" há mais de 400 anos.
A agência também enfatizou em seus regulamentos de linguagem editorial que, como provedora de notícias para clientes em todo o mundo, deve usar nomes geográficos que sejam compreensíveis para todos os assinantes de seus serviços. A mudança de nome do Golfo por Trump se aplica apenas aos Estados Unidos; o México e outros países não são obrigados a seguir o exemplo. Imediatamente após assumir o cargo em janeiro, Trump assinou um decreto renomeando o Golfo do México para "Golfo da América".
A AP é a maior agência de notícias dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo. Seu código de idioma tem sido a leitura padrão em outras redações e escritórios corporativos nos Estados Unidos há anos. O banimento da AP faz parte de uma campanha contra grande parte da mídia tradicional que Trump vem travando há anos e que se intensificou desde seu retorno à Casa Branca. Por exemplo, a Casa Branca retirou o direito da Associação de Correspondentes Credenciados da Casa Branca (WHCA) de decidir de forma independente sobre a composição do chamado pool, o grupo de jornalistas que cobre o presidente de perto — ou seja, o Salão Oval ou o Força Aérea Um.
Fonte: ntv.de, mau/AFP
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