Elon Musk: Aplausos e elogios por suas críticas ao presidente dos EUA, Donald Trump

Para quem deseja viver em liberdade, a livre troca de opiniões é essencial. Após o início da segunda presidência de Donald Trump, em 20 de janeiro, esse nutriente parecia ter sido praticamente erradicado nos Estados Unidos: um sistema de círculos concêntricos proliferantes de bajuladores e favoritos surgiu em torno de Trump – por mais absurdamente falsas ou bizarras que fossem suas teorias. As recompensas eram influência e dinheiro, características de sistemas autocráticos.

A sociedade civil nos EUA parecia sedada, um sinal de alerta não apenas para os EUA, mas para o mundo inteiro. Se alguém consegue usar essa tática para se tornar a pessoa mais poderosa do mundo e enriquecer a si mesmo e à sua família — que modelo melhor para imitadores?

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É por isso que Elon Musk, ex-assessor de Trump e um dos empreendedores mais bem-sucedidos de sua geração, prestou um serviço valioso ao mundo ao se opor ao presidente dos EUA. Ele contradisse um homem que age como o Rei Sol. Ele o fez a partir do coração do sistema Trump, o que teve um impacto muito maior do que se Musk tivesse sido um oponente do sistema anteriormente. Ele o fez sem avaliar completamente as desvantagens que isso lhe traria.

Mais importante ainda, ele agora está provocando uma espécie de teste de estresse para a sociedade liberal americana. Na Rússia e na China, seus dias de liberdade estariam contados. Musk poderá confiar que permanecerá ileso, apesar de suas críticas ao governante do sistema, Trump? Será que ele será protegido pelo Estado de Direito, cuja meticulosidade e persistência o próprio Musk tantas vezes desacreditou?

A reação de Trump a isso não é totalmente clara. O fato de o homem de 78 anos chamar Musk de "louco" não parece representar qualquer ameaça para ele. No entanto, o presidente também acusa Musk de se tornar "hostil" e misturar interesses comerciais com influência política. Isso poderia levar a uma ação judicial.

As foices retóricas usadas por Trump e Musk podem ser perturbadoras para os fãs de discursos refinados e claramente não são recomendadas para emulação em circunstâncias normais. As insinuações de Musk, por exemplo, de que Trump estaria envolvido nas maquinações do criminoso sexual Jeffrey Epstein, equivalem a difamação de caráter.

No entanto, a agudeza da retórica é útil neste caso específico, e quando generosamente equilibrada, ela ilumina os personagens dos atores e, assim, os torna acessíveis a um público mais amplo.

O ataque frontal de Elon Musk ao gigantesco pacote tributário do Congresso dos EUA ameaça o cerne da agenda de Trump. O bilionário chama o projeto de lei de "abominação repugnante" devido à sua enorme dívida e ameaça tirar senadores do poder. Também pode haver motivações pessoais por trás disso.

Isso também se aplica ao segundo aspecto importante do debate: a corrupção das eleições democráticas e a influência de plataformas de comunicação em grande parte não regulamentadas. Musk agora apresenta publicamente, com mais clareza do que nunca, a tese de que Trump venceu a eleição apenas graças ao seu apoio ("sem mim, Trump teria perdido a eleição"). Uma tese que vem sendo defendida há muito tempo por pesquisadores.

O empresário mais rico do mundo apoiou a campanha eleitoral de Trump com cerca de US$ 250 milhões e o promoveu fortemente em sua plataforma de opinião X. Trump venceu por pouco o voto popular , a maioria geral em todo o país, contra sua oponente democrata Kamala Harris, com 49,8% a 48,3%.

O resultado é uma política global que se assemelha a brigas de recreio e uma brutalização da cultura política. Musk é e continua sendo responsável por isso. O fato de ele agora estar exercendo seu direito à liberdade de expressão, no entanto, é um sinal importante para os poderes de autocura das sociedades livres. Agora é a vez de seus membros: eles precisam acordar e organizar sua defesa.