Indústria tem pouca capacidade: Especialistas: Rússia não pode substituir bombardeiros destruídos

Uma imagem de satélite mostra uma aeronave TU 22 destruída após um ataque de drones à base aérea de Belaya, na região de Irkutsk, Rússia.
(Foto: via REUTERS)
O serviço de inteligência ucraniano (SBU) considera a Operação Teia de Aranha um grande sucesso. No início de junho, a Operação destruiu diversas aeronaves no interior do país com ataques de drones a aeroportos russos. O número de bombardeiros atingidos varia. Especialistas preveem que Moscou sofrerá danos nos próximos anos, de qualquer forma.
Segundo especialistas ocidentais em aviação, a Rússia precisará de muitos anos para substituir os caças estratégicos danificados em um ataque de drones ucraniano. Essas perdas "colocarão forte pressão sobre uma força central das Forças Armadas russas que já operava em sua capacidade máxima", disse Justin Bronk, especialista em aviação do think tank Rusi, sediado em Londres.
Há poucos dias, a Ucrânia lançou com sucesso um ataque espetacular contra bombardeiros russos de longo alcance – alguns deles a milhares de quilômetros da fronteira. Imagens de satélite de aeródromos na Sibéria e no Extremo Norte da Rússia mostram danos significativos, com várias aeronaves completamente incendiadas.
Há relatos conflitantes sobre o número total de aeronaves destruídas ou danificadas pela operação secreta ucraniana "Spider Web". Segundo estimativas dos EUA, até 20 aeronaves de combate foram atingidas — cerca de metade do número relatado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Cerca de dez aeronaves foram destruídas, disseram duas autoridades americanas. O governo russo negou na quinta-feira que qualquer aeronave tenha sido destruída, afirmando que os danos estavam sendo reparados. Blogueiros militares russos, no entanto, relatam perdas ou danos graves em cerca de uma dúzia de aeronaves e acusam os comandantes de negligência.
É improvável que as perdas afetem seriamente as capacidades nucleares militares russas, que, segundo especialistas, consistem principalmente em mísseis lançados por terra e submarinos. No entanto, os bombardeiros atingidos faziam parte de uma frota de longo alcance que a Rússia utilizou durante toda a guerra para disparar mísseis convencionais contra alvos ucranianos, explicou Bronk. A mesma frota também realizava patrulhas regulares no Ártico, no Atlântico Norte e no Pacífico Norte para dissuadir adversários ocidentais.

A imagem de satélite mostra aeronaves TU-95 destruídas após o ataque ucraniano à base aérea de Belaya, na região de Irkutsk, Rússia.
(Foto: via REUTERS)
Substituir as aeronaves agora representa um desafio para a Rússia. Muitas datam da era soviética, cuja produção foi descontinuada há décadas, de acordo com o especialista em aviação londrino Douglas Barrie. As aeronaves existentes foram modernizadas ao longo dos anos, tornando uma nova construção idêntica altamente improvável.
O especialista Bronk expressou ceticismo quanto às chances de Moscou acelerar a construção de novos bombardeiros. "A Rússia terá dificuldade até mesmo em implementar o programa nos próximos cinco anos, quanto mais em acelerá-lo." Ele afirmou que isso se deve a restrições orçamentárias e à indústria devido a sanções.
Hans Kristensen, da Federação de Cientistas Americanos (FAS), concorda. Embora seja lógico que a Rússia acelere os planos para um bombardeiro de próxima geração, ele disse que a capacidade pode ser insuficiente. A Rússia enfrenta atrasos em vários outros grandes projetos de defesa, incluindo o novo míssil balístico intercontinental Sarmat.
Fonte: ntv.de, gut/rts
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