Autoridades belgas interrogam dois israelenses acusados de crimes de guerra em Gaza.


MADRI (EUROPA PRESS) - O Ministério Público belga anunciou na segunda-feira que dois israelenses que estavam no festival de música eletrônica Tomorrowland foram interrogados após serem acusados de cometer crimes de guerra na Faixa de Gaza, embora as autoridades os tenham libertado posteriormente.
O interrogatório ocorreu depois que várias ONGs — a Hind Rajab Foundation e a Global Legal Action Network — registraram duas queixas sobre a presença no festival de dois homens supostamente parte de uma brigada do exército israelense que agitaram a bandeira de sua unidade durante o evento musical.
Os autores acusaram os dois israelenses de crimes de guerra e genocídio em Gaza, alegando que eles estavam "diretamente" envolvidos em ataques deliberados a áreas civis, no uso de tortura e no deslocamento forçado de civis. Eles também consideram o aceno da bandeira de sua brigada um símbolo de impunidade.
Após analisar as denúncias, o Ministério Público concluiu que poderia ter jurisdição para investigar crimes cometidos fora da Bélgica e abrangidos pelo direito internacional. Por isso, solicitou à polícia a localização dos dois réus. Nesta fase da investigação, concluiu que não fornecerá mais informações.
Em uma resposta inicial, a Fundação Hind Rajab chamou o interrogatório dos dois soldados israelenses de "histórico" e sustentou que "poderia se tornar um ponto de virada na busca global por justiça".
"Em um momento em que muitos governos permanecem em silêncio, esta ação envia uma mensagem clara: evidências confiáveis de crimes internacionais devem ser enfrentadas com uma resposta legal, não com indiferença política", diz uma declaração publicada em seu site.
A fundação reconheceu que a justiça "ainda" não foi feita, mas acredita que "algo importante começou", já que "pela primeira vez na Europa, suspeitos israelenses ligados a crimes em Gaza foram submetidos a prisão e interrogatório formal".
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