Copa do Mundo de 2026: impacto ambiental, uma preocupação latente

Copa do Mundo de 2026: impacto ambiental, uma preocupação latente
A FIFA ainda não tem medidas para mitigar os danos ecológicos
Alberto Aceves
Jornal La Jornada, terça-feira, 23 de setembro de 2025, p. a11
Na Cúpula do Clima de Glasgow (COP26), o presidente da FIFA, Gianni Infantino, anunciou seu compromisso com a promoção de infraestrutura sustentável, a melhoria da eficiência energética e o incentivo às energias renováveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa associadas à Copa do Mundo. De acordo com a organização britânica Cientistas pela Responsabilidade Global, o aumento no número de partidas — de 64 para 104 — e no número de seleções participantes em 2026 — de 32 para 48 — não só contraria o escopo dessas medidas compensatórias, como também gera a maior pegada de carbono projetada para um torneio de futebol.
Ao contrário do Catar 2022, onde as autoridades atribuíram a maior parte das 3,6 milhões de toneladas de emissões de CO2 à construção de estádios, complexos e sistemas de refrigeração, espera-se que 85% das emissões da Copa do Mundo do próximo ano venham do transporte: 51% de viagens internacionais e o restante de viagens intermunicipais. "A preocupação com os efeitos é latente", disse Álvaro Zavala, cofundador do México pelo Clima, uma plataforma que promove medidas e projetos coletivos contra as mudanças climáticas, ao La Jornada . "Se a FIFA não implementar iniciativas globais para mitigar o impacto ambiental, também não o fará na Copa do Mundo."
Ações de mobilidade
Em 7 de maio, o governo da Cidade do México delineou diversas ações relacionadas à mobilidade e ao uso do transporte público (a expansão do VLT, a criação de uma ciclovia de 34 quilômetros e a construção da passarela flutuante de pedestres Tlalpan, entre as mais importantes) com o objetivo de reduzir a dependência do automóvel na capital durante a Copa do Mundo. "A soma dessas iniciativas é o que gera movimentos transformadores, mas também depende da disposição dos times e torcedores em colocá-las em prática", acrescenta o especialista. "Não podemos continuar operando como antes diante de consequências dessa magnitude."
Em um relatório publicado em fevereiro sobre a crescente pegada de carbono, o New Weather Institute observa que uma única partida da Copa do Mundo pode emitir entre 44.000 e 72.000 toneladas de CO2 equivalente (tCO2e), equivalente às emissões anuais de 31.500 a 51.500 carros médios no Reino Unido. "Com cada partida adicionada ao calendário esportivo, as associações internacionais de futebol estão tornando o esporte menos seguro", afirma o relatório. Grupos ambientalistas e organizações não governamentais argumentam que a estratégia climática da FIFA se baseia em alegações enganosas e dados desatualizados.
“A primeira coisa é mitigar os impactos ambientais, reduzindo o uso de plástico, separando o lixo, conservando a água dos banheiros, reciclando produtos, além de meios de transporte alternativos para ir de um lugar a outro. Tudo isso exige uma linha de ação por parte dos organizadores, mas no México ainda não temos dados sobre o que a FIFA está fazendo para combater os danos de alguma forma”, diz Zavala, também membro do comitê que lidera o encontro internacional México pelo Clima: Semana de Ação, apresentado este mês pela chefe de governo da capital, Clara Brugada, para criar um espaço de diálogo e aprendizado sobre mudanças climáticas — de 8 a 10 de outubro no Parque Chapultepec.
Embora a FIFA deva cumprir as leis e regulamentações locais, ela também estabelece diretrizes sobre questões de sustentabilidade, como a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) faz para o Grande Prêmio de Fórmula 1. Trabalhamos diretamente com eles por meio de projetos ambientais. Durante a próxima visita, por exemplo, eles realizarão eventos para demonstrar como estão ajudando na recuperação da borboleta-monarca. Não se trata apenas de conscientizar, mas também de um chamado à ação. Realizaremos painéis e mesas redondas com especialistas em todos os tópicos para estimular o investimento na preservação ambiental.
A avaliação abrangente de risco de emergência climática indica que os estádios em Dallas, Houston, Kansas City, Los Angeles, Nova York, Nova Jersey e Monterrey precisam lidar com o estresse causado pelo calor, já que as temperaturas durante o início e o término do torneio internacional — de 11 de junho a 19 de julho — podem chegar a 41 graus Celsius em algumas partidas. De acordo com a Open Economics, o público nos Estados Unidos, México e Canadá ultrapassará 6,5 milhões de pessoas, o equivalente a um impacto econômico global de até US$ 40,9 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB).
Paralímpico Ángel Camacho conquista bronze em Singapura
Da equipe editorial
Jornal La Jornada, terça-feira, 23 de setembro de 2025, p. a11
Ángel Camacho se estabeleceu como um dos melhores nadadores do mundo na prova de 100 metros livre S4 ao ganhar a medalha de bronze no Campeonato Mundial em Cingapura.
A equipe paralímpica registrou o tempo de 1:23.39 minutos, dando ao México sua segunda medalha na competição, após o ouro de Arnulfo Castorena no dia de abertura.
“Estou muito feliz”, disse Camacho em um vídeo publicado pelo Comitê Paralímpico Mexicano. “Todo o esforço investido nesta competição valeu a pena. No geral, foi um evento muito bom”, acrescentou.
O desafio não foi fácil, pois na piscina ele enfrentou o israelense Ami Omer Dadaon, recordista mundial com 1:18.94.
"Sei que isso não vai chamar muita atenção no México, então é hora de me gabar das minhas próprias conquistas. Medalha de bronze no Campeonato Mundial de Natação de Cingapura de 2025 nos 100 m livre", postou o atleta.
Camacho chegou a Cingapura como uma figura de destaque nos esportes adaptados, com quatro medalhas paralímpicas em seu nome, além de vários prêmios nos Campeonatos da Madeira de 2022 e do Mundo de 2023.
O atleta iniciou sua carreira na natação ainda jovem, como parte de sua reabilitação. Por mais de cinco anos, ele representou o México internacionalmente com resultados extraordinários.
Em Tóquio 2020, ela conquistou a medalha de bronze na prova de 50 metros costas S4, consolidando-se como uma das estrelas em ascensão do esporte paralímpico mexicano. Em Paris, conquistou três pódios.
Ángel retornará à piscina hoje nos 150 metros medley. "Também é uma prova difícil para mim. Espero ganhar uma medalha", disse o natural de León, que dedicou sua conquista a Deus, à família, aos amigos e ao seu treinador, Fernando Vélez.
A categoria S4, na qual competem, inclui nadadores com movimentos muito limitados no tronco e nas pernas. Aqueles com movimentos limitados nas mãos ou membros ausentes também participam.
Em outros resultados, Gustavo Sánchez terminou em sétimo na mesma prova que Camacho, com o tempo de 1:30.78, enquanto Nely Miranda ficou em sétimo na competição feminina, com o tempo de 1:35.33. Karina Hernández terminou em sétimo na final dos 50m costas S5, com o tempo de 50.70.
Atletas de alto rendimento recebem total apoio, diz Sheinbaum
Alonso Urrutia e Néstor Jiménez
Jornal La Jornada, terça-feira, 23 de setembro de 2025, p. a11
A presidente Claudia Sheinbaum Pardo reafirmou que os atletas de alto rendimento recebem apoio para que possam competir em melhores condições por meio da Comissão Nacional de Cultura Física e Esporte (CONADE).
Ele enfatizou que, se for necessário apoio para contratar treinadores do exterior, isso será feito, embora essas decisões fiquem a cargo do chefe do CONADE, Rommel Pacheco.
Sheinbaum Pardo abordou a questão em resposta a uma pergunta específica durante sua conferência sobre o caso do treinador de mergulho chinês Ma Jin.
Ela enfatizou que eles estão recebendo total apoio neste caso e lembrou que Jin já havia visitado seu acompanhante, o mergulhador Osmar Olvera, que ganhou a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Cingapura de 2025.
"Ele está recebendo total apoio de várias maneiras. É claro que queremos que ele (Ma Jin) esteja aqui. A decisão de trazer ou não um técnico do exterior depende de Rommel, das equipes, dos próprios atletas e também de algumas federações. É uma decisão que deixamos para quem entende do assunto, que é Rommel e o chefe da CONADE.
O presidente disse que, se for determinado que é necessário trazer um treinador do exterior, "claro que daremos todo o apoio para que isso aconteça", porque é preciso reconhecer tanto os atletas quanto os treinadores.
Ochoa sofre cinco gols no Chipre

▲ Guillermo Ochoa estreou no Chipre com uma derrota. Seu time, o AEL Limassol, perdeu por 5 a 0 para o Omonia, expondo a falta de ritmo do pentacampeão mundial de 40 anos, que não disputava uma partida oficial desde 17 de maio. De acordo com o site especializado Transfermarkt, o tricolor sofreu 1.065 gols em seu clube. Foto @ael_fc_official
Jornal La Jornada, terça-feira, 23 de setembro de 2025, p. a11
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