Empresários aceitam mudanças no horário de trabalho e domingos propostas na reforma

O presidente da Associação Nacional de Empresários da Colômbia (Andi), Bruce Mac Master, afirmou que o setor empresarial está disposto a aceitar mudanças na jornada de trabalho e nas sobretaxas dominicais como parte do novo projeto de reforma trabalhista que será debatido novamente no Congresso.
Segundo o sindicalista, a posição busca abrir um espaço de consenso, após dois anos de insistência do empresariado para participar da discussão.
Mac Master se manifestou por meio de sua conta oficial na rede social X, onde anunciou que os empresários estão preparados para aceitar modificações estruturais. "Concordamos em propor mudanças no horário de trabalho e nos domingos do país. Reconhecemos o esforço que muitos empregadores terão que fazer para implementar essas mudanças ", afirmou o líder Andi.
Segundo Mac Master, é fundamental que essas transformações sejam feitas levando em consideração as capacidades dos diferentes tipos de empresas. “ Buscaremos alternativas para minimizar o impacto nas micro e pequenas empresas, bem como em setores cuja viabilidade pode ser comprometida por sua natureza, como comércio, turismo e segurança”, explicou.
O sindicalista lembrou que o setor empresarial vem reivindicando a ativação dos canais de negociação há quase dois anos. "Há dois anos, solicitamos a ativação de mecanismos de negociação para avançar na reforma trabalhista. Infelizmente, esses convites e solicitações não foram atendidos. Agora é a nossa oportunidade de fazê-lo", disse ele.

Bruce Mac Master (1963) é um economista da Universidade dos Andes. Foto: César Melgarejo. Arquivo EL TIEMPO
Mac Master também chamou a atenção para as potenciais repercussões que a reforma poderia ter no mercado de trabalho em termos de emprego. “ O desemprego é outro ponto importante que deve ser levado em consideração na discussão sobre a reforma. Para reduzi-lo, precisamos de um setor produtivo, um setor empresarial que tenha o apoio da sociedade para cumprir seu papel na sociedade, mas também precisamos de condições que permitam a geração de empregos”, disse ele.
A taxa nacional de desemprego permanece em dois dígitos em algumas regiões do país, representando um desafio persistente tanto para o governo quanto para o setor privado. Segundo o líder Andi, o desenho das reformas deve considerar condições que promovam o emprego formal, em vez de restringir sua criação.

Ilustração da produtividade nas empresas. Foto: iStock
Outro tema abordado por Mac Master foi a necessidade de preservar e fortalecer a competitividade do setor produtivo da Colômbia. Não podemos esquecer que competitividade e produtividade devem ser um objetivo da nossa sociedade. Caso contrário, não atingiremos o objetivo de exportar nossos produtos em massa. Essa deve ser a nossa aspiração", afirmou.
Andi enfatizou a importância de criar condições que permitam às empresas colombianas competir em igualdade de condições no mercado internacional. As preocupações centram-se no fato de que algumas mudanças, se não forem implementadas de forma gradual ou diferenciada, podem gerar custos adicionais em setores estratégicos para a economia.
Acordo pendente A posição de Andi visa abrir um espaço de diálogo que permita chegar a um consenso. Embora a comunidade empresarial tenha demonstrado disposição em aceitar certos aspectos da reforma, ela insistiu que o projeto deve ser construído com base em evidências técnicas e levar em conta as características específicas da comunidade empresarial colombiana.
Em declarações públicas recentes, representantes de outros sindicatos, como Fenalco, Acopi e SAC, também expressaram preocupações semelhantes, solicitando que o Congresso ouça as diversas partes interessadas na economia antes de tomar decisões finais.
A nova versão do projeto de reforma trabalhista, promovida pelo Ministério do Trabalho, está em discussão no Congresso pela segunda vez após não ter sido aprovada na sessão legislativa anterior. O texto propõe mudanças no horário noturno, adicional dominical, contratos por prazo determinado e terceirização de mão de obra, entre outros pontos.
O Ministério do Trabalho defendeu a necessidade de caminhar para um modelo que garanta maior estabilidade aos trabalhadores e melhores condições de trabalho. No entanto, vários sindicatos declararam que essas disposições, se aprovadas como estão implementadas atualmente, podem ter um impacto negativo na sustentabilidade de milhares de empresas, especialmente em setores com alta rotatividade ou sazonalidade.
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