Parlamentares irão aos EUA negociar o imposto

A Comissão Permanente do Congresso da União aprovou por unanimidade o envio de uma comunicação oficial ao Congresso dos Estados Unidos, instando-o a reconsiderar a possível imposição de um imposto de 5% sobre as remessas enviadas por migrantes para seus respectivos países, incluindo o México, e a formar um grupo diversificado de senadores e representantes federais para viajar ao país e fazer lobby contra a medida, que deverá ser votada até 23 de maio.
"Do Senado da República, no uso das atribuições de política externa que lhe confere o artigo 76 da Constituição, expressamos nossa discordância com a iniciativa promovida pelo republicano Jason Smith na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, no âmbito do projeto de lei denominado The One, Big, Beautiful Bill, que, entre outras medidas, busca impor um imposto de 5% sobre o valor das remessas enviadas por migrantes", cita a declaração assinada pelos coordenadores dos grupos parlamentares Morena, PAN, PRI, PVEM, PT e MC na Câmara Alta e aprovada ontem por votação de braço no plenário da Comissão Permanente por unanimidade.
Os senadores chamaram a medida de "arbitrária e injusta".
Sergio Gutiérrez Luna, presidente do Conselho Diretor da Câmara dos Deputados, informou que os deputados federais também rejeitam categoricamente a proposta do governo dos EUA de impor um imposto sobre remessas.
Do pódio, Adán Augusto López, coordenador do bloco senatorial Morena, propôs, e foi aprovado, que enviássemos oficialmente ao Congresso dos EUA "um documento técnico e político delineando nossa posição" e que formássemos um "grupo plural" de legisladores "que poderiam comparecer e comparecer às audiências perante o comitê ou mesmo perante o plenário da Câmara dos Representantes".
Dos US$ 650 bilhões que os migrantes transferem a cada ano para seus países de origem em remessas, ele argumentou, o México, que ocupa o segundo lugar no mundo depois da Índia, recebe mais de US$ 65 bilhões.
Para o PAN, Miguel Márquez explicou que a medida constitui uma “tripla tributação” porque os migrantes “pagam impostos, obviamente, com o seu trabalho; também pagam o custo do transporte, que não é nada barato, e no final das contas aumenta 5 por cento.
Manuel Añorve, coordenador dos senadores do PRI, enfatizou que, "independentemente das diferenças políticas", eles chegaram a um acordo "firme" para rejeitar o potencial imposto sobre remessas.
Eleconomista