Trump atinge remessas de eletrodomésticos do México

Como segundo maior exportador para os Estados Unidos na categoria de eletrodomésticos, o México se destaca pelo impacto das tarifas que o governo Trump implementará sobre as importações dessa categoria a partir de 23 de junho.
Além das tarifas de 50% já aplicadas às importações de aço, alumínio e derivados de ambos os metais, a Alfândega dos EUA estenderá essa tarifa a outros produtos, como máquinas de lavar roupa, lava-louças, fogões e fornos, entre outros.
O México exportou US$ 9,462 bilhões em eletrodomésticos para os Estados Unidos em 2024, superado apenas pela China, cujas vendas para esse mercado foram de US$ 18,547 bilhões, segundo dados do Departamento de Comércio.
As novas tarifas foram incluídas em uma gama adicional de "produtos siderúrgicos" e foram detalhadas em um aviso divulgado pelo Departamento de Comércio na quinta-feira.
Em 3 de junho, Trump assinou uma proclamação aumentando as tarifas sobre derivados de aço e alumínio de 25% para 50%, com efeito no dia seguinte.
Trump não excluiu seus dois vizinhos dessa medida, violando o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), ao mesmo tempo em que manteve temporariamente a tarifa original de 25% sobre as importações do Reino Unido, como parte do Acordo de Prosperidade Econômica de 8 de maio de 2025.
Em termos desagregados, o México exportou eletrodomésticos para o mercado dos EUA no valor de US$ 7,857 bilhões em 2024, o que representa uma queda anual de 3,5%.
Esta classificação inclui geladeiras, fornos convencionais e de micro-ondas, máquinas de lavar roupa, secadoras de roupa e lava-louças, entre outros.
O México também exportou pequenos eletrodomésticos para os Estados Unidos, como liquidificadores, batedeiras, umidificadores, panelas elétricas, fornos elétricos e aspiradores de pó, avaliados em US$ 1,605 bilhão, um aumento anual de 9,3%.
Os novos produtos sujeitos à tarifa de 50% são: refrigeradores e freezers combinados; secadoras; máquinas de lavar roupa; lava-louças; refrigeradores verticais e horizontais; fogões, estufas e fornos; trituradores de resíduos de alimentos; e grades de arame soldado.
Em todo o mundo, as importações de eletrodomésticos dos EUA totalizaram US$ 41,887 bilhões em 2024, um aumento de 6,3% em relação a 2023.
Outros fornecedores notáveis foram: Coreia do Sul (US$ 3,301 bilhões), Tailândia (US$ 2,003 bilhões), Vietnã (US$ 1,807 bilhão) e Canadá (US$ 992 milhões).
Mais recentemente, de janeiro a abril de 2025, o México exportou esses mesmos produtos para os Estados Unidos por um valor de US$ 3,014 bilhões, uma queda de 0,3% no crescimento anualizado.
México negocia eliminação
Na semana passada, o secretário de Economia mexicano, Marcelo Ebrard, pediu ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que eliminasse tarifas sobre importações de aço e alumínio (incluindo seus derivados) do México.
Ebrard argumentou que os Estados Unidos têm um superávit com o México no comércio desses produtos, que uma exceção já foi feita com o Reino Unido e que a medida tarifária afeta o emprego no México e nos Estados Unidos porque as duas nações estão produtivamente ligadas.
Em 2024, os Estados Unidos tiveram um superávit em seu comércio com o México em aço e alumínio, juntamente com seus produtos derivados, de US$ 4,562 bilhões, com exportações totalizando US$ 15,012 bilhões e importações totalizando US$ 10,450 bilhões.
Ebrard comentou que o governo mexicano está aguardando a resposta do governo Trump.
Eleconomista