Trump veta plano para assassinar o aiatolá Ali Khamenei

Washington. Duas autoridades americanas disseram à Reuters que o presidente dos EUA, Donald Trump, vetou um plano israelense nos últimos dias para assassinar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
Questionado sobre a reportagem da Reuters, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse à Fox News no domingo: "Há muitos relatos falsos de negociações que nunca aconteceram, e não vou entrar nesse assunto."
"Fazemos o que temos que fazer", disse ele ao "Special Report With Bret Baier" da Fox.
A mudança de regime no Irã pode ser resultado de ataques militares israelenses, disse Netanyahu na entrevista, acrescentando que Israel faria o que fosse necessário para eliminar o que ele chamou de "ameaça existencial" representada por Teerã.
O porta-voz militar de Israel disse que o objetivo atual da campanha não é a mudança de regime, mas sim o desmantelamento dos programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã e a eliminação de sua capacidade de "nos aniquilar".
Há especulações sobre o real objetivo de Netanyahu com a onda de ataques.
"Chegar a um acordo"
No domingo, 15 de junho, o presidente Trump pediu que Irã e Israel "chegassem a um acordo" em meio à troca constante de ataques militares, embora mais tarde tenha sugerido que eles talvez tivessem que "lutar" primeiro.
"Acho que é hora de chegar a um acordo, mesmo que às vezes eles tenham que brigar. Veremos o que acontece", concluiu Trump na Casa Branca antes de partir para o Canadá para participar da cúpula do G7.
Os Estados Unidos afirmam não ter envolvimento nos ataques ao Irã, mas autoridades iranianas afirmam o contrário.
O resultado das cinco rodadas de negociações entre Washington e Teerã também é incerto. A sexta rodada, que estava marcada para ontem, 15 de junho, foi cancelada por motivos óbvios.
Trump, que se autodenomina um pacificador e recebeu críticas de sua base política por não ter evitado o conflito entre Israel e Irã, citou outras disputas que ele assumiu a responsabilidade de resolver, incluindo aquelas entre a Índia e o Paquistão, e lamentou não ter recebido mais elogios por isso.
União Europeia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que disse ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em uma ligação telefônica no domingo, que a diplomacia era, em última análise, a melhor opção com o Irã, embora ela não tenha chegado a pedir um cessar-fogo imediato.
"O Irã não deveria ter armas nucleares, sem dúvida", disse von der Leyen em uma coletiva de imprensa durante a cúpula do G7 no Canadá.
"É claro que acredito que uma solução negociada é, a longo prazo, a melhor solução", acrescentou o diplomata alemão.
Von der Leyen, que criticou a ofensiva israelense em Gaza, culpou o Irã pelo novo conflito, citando um relatório recente do órgão de vigilância nuclear da ONU, segundo o qual a República Islâmica não cumpriu suas obrigações em relação ao enriquecimento de urânio.
"Nesse contexto, Israel tem o direito de se defender. O Irã é a principal fonte de instabilidade regional", afirmou o chefe da Comissão Europeia.
Ele anunciou que a cúpula do G7 no Canadá discutirá a crise iraniana, bem como o conflito na Ucrânia, que tem sido alvo de ataques russos usando drones de fabricação iraniana.
Alemanha, França e Reino Unido expressaram seu apoio a Netanyahu em sua ofensiva contra o Irã.
Para o líder israelense, essa ofensiva permite manter as câmeras internacionais longe da Faixa de Gaza, onde o número de mortos ultrapassa 53.000.
Netanyahu foi deixado sozinho internacionalmente.
Agora, sua popularidade doméstica aumentará devido ao alvo de seus ataques.
Eleconomista