Morena propõe reforma para doar férias entre trabalhadores: veja como funcionaria

A Câmara dos Deputados recebeu um projeto de lei que visa alterar a Lei Trabalhista Federal (LFT) para permitir que funcionários doem férias a colegas necessitados. A proposta, apresentada pela deputada Carina Piceno Navarro, do partido Morena, tem como foco promover a solidariedade no ambiente de trabalho.
A reforma propõe que os trabalhadores possam doar voluntariamente dias de férias que excedam os 12 dias mínimos obrigatórios estabelecidos em lei. Esses dias doados seriam utilizados por colegas que necessitem de tempo adicional para:
- Cuidar de parentes doentes.
- Cuidando de pessoas com deficiência.
- Prorrogar a licença-maternidade e a licença-paternidade.
Piceno Navarro explicou que se trata de sanar uma dívida social com a classe trabalhadora, permitindo que aqueles que têm dias disponíveis possam utilizá-los sem perder seus direitos trabalhistas.
O mecanismo não seria implementado diretamente entre os funcionários, mas seria regulamentado por cada empresa para garantir transparência e prevenir abusos. O procedimento proposto é o seguinte:
- Qualquer trabalhador que necessite de mais dias deverá apresentar um requerimento formal , acompanhado de documentos comprobatórios que justifiquem a sua ausência.
- A empresa terá o prazo máximo de 18 horas para comunicar o restante dos funcionários sobre a solicitação.
- Os funcionários interessados podem notificar seu empregador sobre sua decisão de doar.
- A empresa deve informar o número de dias doados e aplicá-los ao beneficiário.
A iniciativa esclarece que a doação será anônima, voluntária e não afetará o pagamento de férias. Além disso, as empresas devem manter um registro dos dias transferidos e garantir que os funcionários mantenham o mínimo de 12 dias de descanso.
A proposta é inspirada na chamada Lei Mathys , na França, aprovada em 2014 após o caso de Christophe Germain, um trabalhador cujos colegas doaram 170 dias de férias para que ele pudesse cuidar de seu filho doente.
O representante enfatizou que, se aprovado no México, esse modelo replicaria uma estrutura comprovada que promove a solidariedade trabalhista sem violar direitos adquiridos.
La Verdad Yucatán