Borja Quiroga, nefrologista: 'Os rins precisam dessa quantidade mínima de água por dia para eliminar as toxinas do corpo.'

Borja Quiroga, nefrologista, esclareceu que o excesso de água apenas dilui a urina e que o verdadeiro risco reside em não atingir o mínimo: o rim precisa de cerca de meio litro para purificar os resíduos, mas, somando as perdas 'insensíveis', a quantidade diária recomendada em repouso sobe para 1,2 a 1,3 litros em pessoas saudáveis.
 O profissional Borja Quiroga abordou as crenças mais difundidas sobre hidratação e função renal, contextualizando a quantidade de água necessária para o bom funcionamento do organismo .
 Como ele explicou, 'beber muita água' não limpa melhor os rins: o que acontece é que o órgão dilui a urina, que se torna transparente, um sinal de que está funcionando, e não que receba um benefício extra com a ingestão excessiva. 

O urologista costuma dar conselhos sobre cuidados de saúde. Foto: iStock
 O problema, enfatizou ele, é o extremo oposto: não atingir o limite mínimo. Como "purificador" do corpo, o rim precisa de uma certa quantidade de água para eliminar os resíduos; em geral, esse mínimo para a eliminação de toxinas gira em torno de meio litro.
 No entanto, o consumo total não pode ser equiparado a esse meio litro. Quiroga nos lembrou que perdemos líquidos diariamente sem perceber, através da pele, da respiração e da transpiração: as chamadas perdas imperceptíveis, estimadas em 700 a 800 ml. 

A hidratação adequada combate o mau hálito. Foto: iStock
 Ao somar esse desgaste silencioso ao que os rins precisam para filtrar os resíduos, o nível básico de hidratação para uma pessoa saudável em repouso é de “cerca de 1,2 a 1,3 litros” por dia. Este não é um número rígido, mas sim uma diretriz para evitar a insuficiência de hidratação.
 O médico enfatizou que essa referência se aplica a uma situação básica: sem exercícios, sem perdas digestivas e sem sudorese significativa. Qualquer atividade, calor ou doença pode elevar a necessidade acima desse nível. 

Água alcalina. Foto: iStock
 Em sua apresentação, ela também desmistificou a ideia de que urina clara é sinônimo de saúde superior; trata-se de um efeito de diluição causado pela ingestão excessiva de líquidos, e não de um tratamento para os rins. O foco deve ser evitar a desidratação, e não forçar a ingestão excessiva de líquidos.
 Para adultos saudáveis em repouso, 1,2 a 1,3 litros por dia é um mínimo razoável; a partir daí, ajuste de acordo com o nível de atividade e o clima. Beber mais do que o necessário não "melhora" a saúde dos rins; não atingir o mínimo, sim, prejudica-a.
 A recomendação é hidratar-se de forma sensata: atingir a ingestão mínima recomendada, ouvir o seu corpo e adaptar a sua alimentação às circunstâncias, sem cair em extremos que confundem mais do que ajudam. 
 Mais notícias no EL TIEMPO Jaider Felipe Vargas Morales
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