Com as novas tarifas de Trump, o comércio global entra em uma nova era

As negociações foram mantidas até o último minuto. Enquanto Donald Trump havia estabelecido 1º de agosto como prazo para a introdução das chamadas tarifas alfandegárias "recíprocas" de pelo menos 10% sobre as exportações de cerca de 80 países para os Estados Unidos – a sua entrada em vigor foi finalmente adiada para 7 de agosto –, os anúncios multiplicaram-se, quarta-feira 30 de julho e quinta-feira 31 de julho: Coreia do Sul (15%), Filipinas (19%), Brasil (50%)… A lista é longa, mesmo que os acordos assim obtidos não se baseiem ainda em nenhum texto jurídico vinculativo e constituam mais um quadro de negociação.
Após vencer o impasse com a União Europeia (UE), que aceitou tarifas de 15% sobre suas exportações para os Estados Unidos sem qualquer retaliação em 27 de julho, o presidente americano está agora em posição de estender sua política protecionista ao resto do mundo. Esses impostos "tornam os Estados Unidos grandes e ricos novamente", escreveu ele em sua plataforma Truth Social na quinta-feira.
Uma barreira de impostos como não existia desde a década de 1930: os impostos alfandegários na principal potência econômica mundial, que eram em média de 2,5% antes da chegada de Donald Trump à Casa Branca, devem subir para cerca de 17%, em média. A ofensiva terá repercussões no comércio global. Uma nova geografia do comércio exterior americano já está tomando forma.
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Le Monde