Como a tomada de decisões ativa o cérebro do rato

O que acontece no cérebro durante um processo de tomada de decisão? Como os neurônios, localizados em centenas de regiões cerebrais interconectadas, integram informações sensoriais, mas também experiências anteriores, para que um indivíduo decida iniciar um movimento específico, por exemplo? Esta é a questão dos 70 milhões de neurônios — o número dessas células no cérebro de um camundongo — que um consórcio de cerca de vinte laboratórios na Europa e nos Estados Unidos, o Laboratório Internacional do Cérebro, financiado em particular pelo Wellcome Trust (Reino Unido) e pela Fundação Simons (Estados Unidos), abordou. Este trabalho, resultado de cinco anos de esforço, resultou em dois artigos publicados na revista Nature em 3 de setembro.
De fato, os pesquisadores realizaram um feito tecnológico ao conseguir registrar, no cérebro de um camundongo vivo, a atividade simultânea não de 70 milhões de neurônios – o que seria impossível –, mas de mais de 620.000 neurônios individuais, distribuídos por 95% das áreas cerebrais; e isso no exato momento em que o animal realizava uma tarefa de tomada de decisão. Esse feito foi possível graças à chegada, há menos de dez anos, de uma ferramenta revolucionária: eletrodos de última geração, as sondas Neuropixel. Cada uma delas permite registrar simultaneamente, in vivo, com poucos danos ao tecido cerebral, a atividade elétrica de centenas de neurônios individuais – ou mesmo de vários milhares, no caso dos mais recentes.
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Le Monde