Na Indonésia, é hora de acabar com o colonialismo verde

Em um editorial mordaz, o site indonésio "Omong-Omong" denuncia as práticas de multinacionais que saqueiam os recursos do país, com a cumplicidade de sua elite. Aponta, em particular, a responsabilidade de Emmanuel Macron, que chegou em maio para satisfazer o apetite da França por níquel, sob o pretexto de uma "descarbonização" que não beneficiará em nada os habitantes do país.
Normalmente, esse tipo de história começa nos bancos de um luxuoso café de um hotel cinco estrelas em Jacarta. Lá, um político eleito de uma província rica em recursos minerais conversa com um corretor, um parlamentar da coalizão governista e um enviado ministerial. E é durante uma refeição paga pelos contribuintes, ainda mais cara do que o salário mensal de muitos indonésios, que o negócio começa.
O cerne da discussão? Terra. Ou, mais precisamente, terra que eles nem sequer possuem — neste caso, para perfurar minas de níquel.
Falam de percentuais, direitos de concessão, preços. Raramente falam sobre os povos que habitam essas terras, sejam indígenas, camponeses ou pescadores. Nunca mencionam seu consentimento ou a destruição que está por vir. Tudo o que lhes importa é determinar quanto cada um receberá.
Se chegarem a um acordo, planejam uma segunda reunião, desta vez com os verdadeiros tomadores de decisão, ou seja, os líderes empresariais. Alguns são magnatas indonésios, outros representam investidores chineses, americanos ou europeus. É nesse exato momento que o ciclo vicioso da predação começa, às escondidas.
A expropriação resultante não é apenas dramática,
Courrier International