Queda de avião em Washington: investigação revela dezenas de metros de diferença entre altímetros de helicóptero militar

O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) realizou audiências investigativas de quarta a sexta-feira, com questionamentos aprofundados de especialistas e representantes das diversas partes (empresas, reguladores, controladores de tráfego aéreo, etc.) envolvidas no acidente.
Já em 14 de fevereiro, o NTSB relatou uma "discrepância" na altitude do helicóptero com base nos dados do gravador de voo. A diretora da agência, Jennifer Homendy, revelou que, pouco antes da colisão, o piloto do helicóptero relatou uma altitude de 300 pés, enquanto o piloto instrutor relatou 400 pés.

ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
"Nenhum dos pilotos comentou sobre a discrepância de altitude", observou ela. "Neste momento, não sabemos por que houve uma discrepância entre os dois." "No momento da colisão, o Black Hawk estava a 85 metros. Mas quero alertar que isso não significa que [...] era isso que a tripulação do Black Hawk estava vendo nos altímetros barométricos da cabine", disse ela, citando "informações conflitantes nos dados".
Como parte da investigação, as audiências revelaram esta semana que testes foram realizados em três Sikorsky Black Hawk Limas, pertencentes ao mesmo batalhão. Eles revelaram discrepâncias entre a altitude exibida pelo altímetro do radar e o altímetro barométrico instalado na aeronave.
Em um "ambiente controlado, a diferença estava dentro do limite tolerado de 20 a 55 pés (mas), uma vez que os rotores estavam girando e produzindo sustentação e empuxo, as leituras do altímetro (barométricas) caíram significativamente e permaneceram assim durante todo o voo", explicou Marie Moler, uma das pesquisadoras, especificando que uma "diferença de 80 a 130 pés", ou 24 a 40 metros, havia sido observada.
É uma diferença "muito significativa" neste caso, insistiu Jennifer Homendy aos repórteres. "Uma diferença de 30 metros é significativa", acrescentou. De fato, no trecho onde ocorreu a colisão, os helicópteros deveriam voar a uma altitude máxima de 60 metros.
"Estou preocupada. Existe a possibilidade de que o que a tripulação viu tenha sido muito diferente da altitude real", continuou ela. "Isso é algo que continuaremos investigando", disse ela. Críticas também surgiram após o acidente, quando se descobriu que o mesmo controlador estava controlando o tráfego de helicópteros e parte do tráfego de aviões na torre naquela noite.
SudOuest