Pouco jogo, zero emoção: A estreia de Ancelotti com o Brasil em alta. 0 a 0 no Equador

O Brasil entra em campo com a camisa azul, que certamente não é uma homenagem à estreia de Carlo Ancelotti no banco de reservas, mas sim porque o Equador, anfitrião, veste amarelo. E a estreia do técnico italiano nas Eliminatórias da Copa do Mundo não é nada emocionante. Do lado positivo, há o ponto conquistado fora de casa em Guayaquil e o desempenho defensivo que, comparado ao 1 a 4 contra a Argentina, pode servir de consolo. Mas o 0 a 0 reflete o desempenho das duas equipes.
O Brasil de Ancelotti se alinhou com Alisson entre as traves; a defesa com Vanderson, Marquinhos, Alex, Alex Sandro; o meio-campo formado por Casemiro, Bruno Guimarães, Gérson; o tridente ofensivo com Estêvão, Richarlison e Vini Júnior. No primeiro tempo, a Seleção acordou aos 21 minutos, quando Estêvão roubou a bola perto da área, tocou para Richarlison, a defesa equatoriana bloqueou, Gérson pegou o rebote e serviu Vinicius Júnior, que foi bloqueado pelo goleiro Valle. De resto, pouco de espetacular.
Mas no segundo tempo o Brasil não se saiu melhor, pelo contrário. Ancelotti então decidiu mudar dois jogadores no ataque aos 16 minutos: tirou Richarlison e Estêvão e colocou Matheus Cunha e Gabriel Martinelli. A primeira oportunidade surgiu apenas aos 30 minutos, em um chute rasteiro de Casemiro defendido por Valle. Ancelotti fez outra substituição aos 32 minutos: Andrey Santos no meio-campo no lugar de Gérson. E nos acréscimos, o técnico italiano trocou Bruno Guimarães por Andreas Pereira. Mas a música não mudou. Em suma, Ancelotti terá muito trabalho pela frente para organizar a equipe tendo em vista o jogo de terça-feira contra o Paraguai.
E o que acontece agora? Com 22 pontos, o Brasil permanece em quarto lugar na classificação, mas hoje pode ser ultrapassado pela Colômbia (20), caso vença em casa o Peru. Os seis primeiros do único grupo sul-americano se classificam diretamente para a Copa do Mundo de 2026. O sétimo jogará a repescagem com outros continentes. O Equador (24) permanece em segundo. Vale destacar que foi penalizado com três pontos (em campo, somou 27) por ter escalado um jogador irregularmente nas Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar 2022. A Argentina, que venceu o Chile por 1 a 0 fora de casa, lidera com 34 pontos. O Paraguai, após o 2 a 0 em casa contra o Uruguai, agora é o terceiro com 24.
"Tivemos uma boa organização. Estamos satisfeitos, fizemos um bom jogo defensivamente", enfatizou Ancelotti. "Faltou um pouco de fluidez no ataque, mas temos que considerar a força do adversário. O Equador jogou bem. Tivemos algumas dificuldades nas saídas de jogo. Mas criamos chances, com Vini e Casemiro. Para os três atacantes, o jogo foi um pouco mais complicado. Não estou procurando desculpas, mas não é tão fácil jogar nessas condições. No segundo tempo, poderíamos ter jogado melhor. Contra o Paraguai, acho que será um jogo diferente. Haverá mais intensidade, ritmo e velocidade. Saímos daqui confiantes para vencer o próximo jogo. Tentaremos colocar o Brasil no topo do futebol mundial."
Vinícius Júnior, jogador de Ancelotti no Real Madrid e atualmente na seleção brasileira, defende o treinador na entrevista à TV, à margem do campo, após a partida: "Ele é o melhor técnico com quem já trabalhei. Estou muito feliz por ele estar conosco. Ele ainda não teve tempo de fazer o seu trabalho".
Mas, após a partida, não faltaram críticas e provocações da torcida: "Não consigo assistir a um jogo da Seleção sem dormir", lemos entre os comentários nas redes sociais. A mídia sabe que Ancelotti teve muito pouco tempo (a seleção se reuniu três dias antes da partida) para dar um plano de jogo à equipe. Apesar de ter melhorado na fase de marcação, ressalta-se que falta criatividade. O site globoesporte.com fala de uma partida morna. O Uol escreve que o Brasil empatou sem entusiasmo. O jornal Extra manchete na primeira página: "Que coisa feia, Carletto". "O empate mostra a medida do longo trabalho que Ancelotti tem pela frente", destaca O Globo.
La Gazzetta dello Sport