Charlie Kirk, a coragem das ideias (mesmo aquelas com as quais você não concorda) e um tiro que desperta monstros


Charlie Kirk
Charlie Kirk é um nome que — para aqueles que não se importam com os assuntos americanos — é pouco conhecido. Eu o segui, parei para assistir aos seus vídeos. Não concordei com uma palavra do que ele disse, com suas constantes citações da Bíblia, com sua postura antiaborto e outras bobagens. Mas ele era um cara que tinha a coragem de ficar debaixo de um mirante, em campi universitários, para debater com todo mundo. Microfones abertos. Vamos lá, com o poder das ideias. Vamos lá, com a dialética.
Eu o vi, como se estivesse hipnotizado, em centenas de vídeos e reels. Sim, ele era tendencioso. Ele dizia isso, ele professava isso. Mas, ainda assim, ele estava sob aquele mirante, e tudo era jogado contra ele. Sim, em seus vídeos, ele cortava o que o interessava e jogava fora o que o fazia parecer mais fraco. Mas a essência do seu ser, da sua existência no cenário midiático, era o debate e o confronto. E em um mundo onde o mecanismo predominante é o da bolha — a sua bolha, seus amigos, suas ideias que são certas e que não competem com a bolha de outra pessoa, os amigos e as ideias deles — ele era único.
E mesmo na Europa há um clima ruim.É preocupante que ele tenha sido morto. Não — provavelmente — por um direitista. Não — provavelmente — por um fanático fascista. Não sabemos quem fez isso, mas sabemos que a direita no poder nos Estados Unidos chegou lá em parte porque a narrativa de que teria sido melhor matar Hitler antes que ele se tornasse Hitler tem um enorme impacto sobre os americanos. E o "lute, lute" de Trump quando foi ferido no ouvido foi uma mensagem poderosa . Mesmo na Europa, a atmosfera é sombria, do ponto de vista do debate democrático. E aqui, assim como poucos entenderam quem é Kirk, muito poucos conseguem entender o quanto esse assassinato toca as cordas mais profundas dos americanos, aqueles cujo som desperta monstros.
Affari Italiani