Tráfico de drogas em Bolonha: prefeito leva dossiê ao Ministério Público: "O crack é só a ponta do iceberg".

Bolonha, 11 de setembro de 2025 – O prefeito Matteo Lepore e a conselheira de segurança Matilde Madrid chegaram ao Ministério Público às doze e quinze para protocolar o dossiê sobre o tráfico de drogas em Bolonha .

O documento reúne inúmeros relatos de moradores do bairro, que tem sido assolado — principalmente nos últimos meses — por episódios constantes de violência, criminalidade e degradação de todos os tipos, incluindo consumo aberto de drogas e vigias em cada esquina.

O dossiê revela uma situação alarmante, tanto que o vereador Madrid falou de "comportamento mafioso e intimidador". A máfia nigeriana está por trás do sistema de tráfico de drogas. Moradores relatam brigas todas as noites, gritos e choros nas ruas, entradas de prédios ocupadas por traficantes e usuários, com cenas diárias de pessoas sentadas no chão, escondidas ou não, fumando crack ou se injetando. É uma situação insuportável para quem mora e trabalha na região. Eles também relataram uma espécie de imposto, como um pedágio — € 5 ou € 10, dependendo do caso — que aqueles que ocupam calçadas e varandas em frente às suas casas exigem para retornar às suas casas. Eles também relatam lixeiras tomadas por traficantes para manter as drogas "seguras", incentivando os moradores a descartarem seu lixo em outro lugar, pois agora as consideram "sua propriedade".

Alguns, como o médico Angelo Rossi , morador da Via Zampieri, falaram de toque de recolher após as 22h no bairro: "Os moradores não saem mais de casa depois do jantar; estão com medo". Tudo isso, e muito mais, está contido no dossiê.

O prefeito e o vereador deixaram a promotoria pouco depois das 13h. "O crack é só a ponta do iceberg", declarou o prefeito Lepore, logo após registrar a denúncia . "Precisamos entender por que toda essa droga está chegando a Bolonha e por que pessoas de todos os lugares vêm a Bolonha para comprá-la." Ele acrescentou que, nos últimos dias, o tráfico de drogas nigeriano se transferiu de Bolonha — "obviamente, eles leem os jornais" — para Casaralta.

Ele acrescentou que é inaceitável que os cidadãos da área sejam submetidos a ameaças e intimidações .