Banorte vende seu banco digital: Bineo

A novidade no setor bancário é que o Grupo Financiero Banorte vendeu seu banco digital, o Bineo.
A transação de compra e venda ainda está sujeita à aprovação das autoridades financeiras oficiais: o Ministério da Fazenda, a Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários e a Comissão Federal de Concorrência Econômica.
Pouco mais de 1,5 ano após seu lançamento, com sua venda, o Banorte reconhece implicitamente o fracasso dessa experiência híbrida de um banco tradicional que lança simultaneamente um banco digital.
O banco liderado por Carlos Hank González fechou a transação de venda, por um valor não revelado, com a Clearscope Holdings, uma subsidiária da Klar Holdings Limited, uma Sofipo (Instituição Sociopática) considerada a segunda maior do México, com 3,1 milhões de clientes em setembro do ano passado.
A Klar Sofipo se dedica a oferecer soluções financeiras digitais, como contas sem taxas, cartões de crédito, empréstimos pessoais, serviços para PMEs e produtos de investimento.
Se a compra e venda forem aprovadas, o Klar avançará em sua meta de se tornar um banco totalmente licenciado.
A Klar teve crescimento e lucratividade notáveis e seus objetivos são ambiciosos.
Pode-se dizer que a Bineo está sucumbindo à forte concorrência de outros neobancos, como NU, Mercado Pago e Hey Banco.
A oferta limitada de produtos da Bineo era pequena em comparação à diversificação de produtos, investimentos, seguros e retornos atraentes de seus concorrentes.
A Bineo acumulou perdas financeiras significativas e altas taxas de inadimplência em seus primeiros dias, durante os quais não conseguiu se adaptar ao mercado digital.
Desde abril deste ano, Marcos Martínez, CEO do Banorte, antecipava que a entidade estava sendo considerada para venda ou fusão.
A CCE atrairá capital
O Conselho de Coordenação Empresarial (CCE), liderado por Francisco Cervantes, promoverá intensamente a atração de capital para o México.
A elite empresarial do México decidiu fazer do México o destino mais atraente do mundo para injeções de capital.
O compromisso é bastante ambicioso. Visa dobrar o investimento estrangeiro direto que o país recebe, que chegou a US$ 34 bilhões no final do primeiro semestre deste ano.
Uma das metas é aumentar a quantidade de novos investimentos que entram no país em pelo menos 10% ao ano.
Vale lembrar que do total de IED recebido pelo México no primeiro semestre do ano, 84,4% correspondeu ao reinvestimento de lucros de empresas que já operavam no México.
Para Max Elmann Arazi, presidente do Comitê Especial de Investimentos Empresariais e Realocação da CCE, o México não só tem condições de atrair investimentos, mas também tem motivos para liderar uma nova fase de crescimento.
Ele considerou possível dobrar a quantidade de investimento estrangeiro direto que o México está recebendo, dadas as oportunidades que estão se apresentando no país e as tarifas que os EUA estão aplicando a muitos países ao redor do mundo, entre os quais o México ocupa a melhor posição.
Em declarações à imprensa, ele afirmou que a política tarifária dos Estados Unidos representa uma "oportunidade de ouro" para o México, especialmente em setores como automotivo, aeroespacial, agricultura e data centers.
A perspectiva do líder empresarial e de sua equipe é que o México pode ser uma atração muito importante para capitais do mundo todo.
Além da campanha promocional, a CCE realizará o evento Mexico AI+Accelerated Investment nos dias 12 e 13 de novembro.
A organização empresarial monitorará publicamente cada um dos projetos de investimento derivados do Invista e Escolha México.
Esta campanha se soma ao Hecho en México e ao Plan México, uma estratégia que busca posicionar o país entre os 10 mais importantes do mundo.
A Nvidia — de acordo com a CCE — pretende fazer do México o centro regional onde a inteligência artificial soberana e o investimento estratégico definem o futuro digital.
A primeira edição do MÉXICO IA+ | Investimento Acelerado contará com a participação de grandes empresas e representantes de destaque do setor de tecnologia e áreas correlatas.
Mais de 6.000 participantes são esperados no evento. Haverá também 100 apresentações de talentos e representantes importantes sobre o tema, e 25 delegações internacionais devem estar prontas para se conectar e colaborar.
Além disso, serão mais de 300 reuniões de negócios que podem mudar o rumo da sua empresa ou projeto.
A intenção da CCE de atrair capital é positiva. Esperamos que seus esforços superem a incerteza causada entre empresários e investidores pelas mudanças no judiciário mexicano. Só o tempo dirá.
Eleconomista