Vice-presidente da Associação Bancária Polonesa: as receitas dos bancos são bastante sensíveis às mudanças nas taxas de juros

As receitas dos bancos são bastante sensíveis às variações das taxas de juros, disse Agnieszka Wachnicka, vice-presidente da Associação Polonesa de Bancos, à Agência de Imprensa Polonesa (PAP) à margem do Fórum Econômico em Karpacz. Ela observou que a estrutura de ativos dos bancos também inclui títulos de taxa fixa, que são resistentes a essas variações.
O vice-presidente Wachnicka anunciou que os sinais vindos do Conselho de Política Monetária indicam um corte de 25 pontos-base na taxa de juros este ano, o que significa que no final de 2025 a taxa de referência do Banco Nacional da Polônia seria de 4,75% (atualmente é de 5%).
Em termos de receitas, os bancos na Polônia são bastante sensíveis a variações nas taxas de juros. Temos a maior parcela de receita de juros entre os setores bancários da UE – mais de 80%, com a média da UE em torno de 60%. No entanto, é importante lembrar que a estrutura de ativos dos bancos atualmente inclui uma parcela muito alta de títulos, principalmente títulos do tesouro, que excede a parcela de empréstimos ao setor não financeiro. Trata-se, em grande parte, de títulos com juros fixos, que serão menos sensíveis a variações nas taxas de juros no curto prazo", explicou Wachnicka.
Na opinião dela, é de se esperar que o impacto das reduções nas finanças dos bancos se estenda ao longo do tempo e seja visível nos próximos anos.
Não espero mudanças drásticas após outro corte de juros. É importante lembrar que a maioria dos novos empréstimos imobiliários são empréstimos com taxas de juros periodicamente fixas, e sua participação na carteira total de empréstimos imobiliários já ultrapassa 30%. Esses empréstimos estabilizam as receitas dos bancos ao longo de um período tipicamente de cinco anos, embora estejamos observando um aumento no número de contratos com taxas fixas, variando de 5 a 10 anos. Além disso, a alta participação de títulos nos ativos dos bancos também terá um efeito mitigador na absorção dos cortes de juros", observou a fonte.
Ela também observou que, dependendo do segmento de empréstimos, uma redução nas taxas de juros poderia estimular o crédito. "Estamos vivenciando atualmente uma recuperação significativa no segmento de hipotecas; estes são números recordes após um período de estagnação (no segundo trimestre deste ano, 55.500 hipotecas foram concedidas por mais de PLN 24 bilhões - PAP). Isso é, naturalmente, resultado do fato de que as taxas de juros e, consequentemente, os preços dos empréstimos, já caíram, e prevemos que continuarão caindo. A questão do programa de subsídios a empréstimos também foi resolvida – ele não será implementado, então os consumidores que até então estavam adiando a tomada de decisões agora estão decidindo comprar imóveis", destacou Wachnicka.
Ela acrescentou, no entanto, que a situação no segmento de empréstimos empresariais é diferente. "Ainda precisamos de um impulso nos empréstimos empresariais, especialmente nos empréstimos para investimento, porque — como apontamos no relatório "Polônia e Europa" de setembro — estamos atrasados em relação à Europa nesse aspecto", disse a vice-presidente da Associação Polonesa de Bancos.
Na sua opinião, isso se deve à falta de demanda por parte das empresas que têm receio de investir. Ela enfatizou que isso não se deve ao alto custo do financiamento, embora tenha admitido que esse seja um dos obstáculos. "Em primeiro lugar, as empresas apontam para o ambiente geopolítico instável; elas não sabem se conseguirão implementar o que muitas vezes é um investimento de longo prazo. Os empresários também citam o ambiente jurídico e administrativo instável", observou a porta-voz do PAP.
Segundo ela, o governo deveria incentivar as empresas a investir, por exemplo, por meio de garantias de empréstimos, que, segundo ela, são "um excelente instrumento", como exemplificado pelos instrumentos oferecidos pelo Banco Gospodarstwa Krajowego. "Se temos um empréstimo com garantia, os empreendedores estão muito dispostos a utilizá-lo, e a alocação, ou seja, a demanda relatada pelos bancos, é geralmente muito superior aos limites pretendidos. Acredito que também precisamos dar grande ênfase à construção da crença entre os empreendedores de que investir simplesmente compensa", ressaltou.
Wachnicka avaliou que os investimentos corporativos devem se concentrar em inovação, incluindo automação, porque "a Polônia não tem mais a mão de obra barata de alguns anos atrás". "Devemos priorizar o aumento da produtividade da mão de obra e abordar o problema do declínio dos recursos de mão de obra devido ao envelhecimento progressivo da população polonesa", enfatizou. Ela observou que a inovação é particularmente necessária em micro, pequenas e médias empresas. Acrescentou que a Polônia ainda ocupa uma posição relativamente baixa nos rankings de inovação e que seus gastos com pesquisa e desenvolvimento estão entre os mais baixos entre todos os investimentos corporativos.
Ela observou que uma dessas soluções poderia ser a implementação de soluções baseadas em inteligência artificial. A vice-presidente da Associação Polonesa de Bancos (ZBP) afirmou que essa ferramenta agiliza o trabalho e os processos internos da empresa e pode auxiliar na gestão empresarial. "Tomando os bancos como exemplo, a IA já está sendo utilizada, por exemplo, em avaliações de solvência e processos de pontuação. Os bancos também estão utilizando IA em processos de segurança do cliente, por exemplo, como parte da análise comportamental, onde um algoritmo, baseado na análise de como usamos os serviços bancários, pode detectar casos em que outra pessoa acessou nossa conta e bloquear essas transações", disse ela.
Jacek Stankiewicz (PAP)
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