Ásia fecha no vermelho. China pressionada por restrições ao investimento de Trump
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Os principais índices asiáticos caíram esta terça-feira, preocupados com as restrições ao investimento dos Estados Unidos (EUA) na China, enquanto uma subida do euro perdeu gás, à medida que os investidores aguardam pela formação de um novo Governo na Alemanha encabeçado pelos conservadores da CDU/CSU liderados por Friederich Merz.
Os futuros da Europa apontam para uma abertura estável, com os futuros do Stoxx 50 a sofrer poucas alterações.
No Japão, o Nikkei regressou de um feriado com uma queda de 1,39%. Também o Topix não escapou às perdas e encerrou com uma desvalorização de 0,43%.
Já o Banco da Coreia cortou na terça-feira as suas taxas de juro em um quarto de ponto, como esperado, o que ajudou a reduzir algumas perdas. O Kospi fechou a sessão a deslizar 0,57%.
O índice Hang Seng de Hong Kong fechou no vermelho, com perdas de 1,39%. A pressionar estiveram as "blue chips" chinesas, que recuaram cerca de 0,8%. Também o Shanghai Composite registou perdas e caiu 0,80%.
As ações da gigante da tecnologia Alibaba chegaram a impulsionar o índice de Hong Kong para máximos de três anos. No entanto, os ganhos não se mantiveram e a tecnológica chinesa acabou por ceder 3,2% depois de as suas ações listadas nos EUA terem derrapado 10% durante a noite, naquela que foi a maior queda diária em mais de dois anos.
Os investidores foram abalados por uma ordem do Presidente dos EUA, Donald Trump, para restringir os investimentos chineses em áreas estratégicas, como semicondutores, inteligência artificial e aeroespacial. Washington está a tentar endurecer as restrições à exportação de tecnologia de semicondutores para a China, com a ajuda de aliados, de acordo com a Bloomberg.
"O otimismo em relação ao sector tecnológico da China arrefece à medida que os mercados se apercebem de que quanto mais positivas forem as perspetivas para o setor, maior será o risco de este ser visado pelos EUA", explicou à Reuters Kyle Rodda, analista sénior da Capital.com.
Os investidores continuam agora atentos à indicação de Trump de que as tarifas propostas para o México e o Canadá ainda estão previstas para entrar em vigor na próxima semana, embora se esperasse que as negociações evitassem a sua imposição.
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