Booker internacional revela os 13 nomeados que mostram que “o mundo está a pensar”
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O prémio Booker Internacional revelou esta terça-feira os 13 livros nomeados para a edição deste ano, numa seleção que “mostra que o mundo está a pensar”, e que inclui autores e tradutores de 15 nacionalidades.
Nomeados para esta edição do prémio, que distingue uma obra literária traduzida para inglês, publicada no Reino Unido ou na Irlanda, estão a palestiniana Ibtisam Azem, com The Book of Disappearance, a dinamarquesa Solvej Bale, com On the Calculation of Volume I, a francesa Gaëlle Bélem, com There’s a Monster Behind the Door, o romeno Mircea Cartarescu, com Solenoid, a mexicana Dahlia de la Cerda, com Reservoir Bitches, e o francês Vincent Delecroix, com Small Boat.
A estes juntam-se as japonesas Saou Ichikawa e Hiromi Kawakami, com, respetivamente, Hunchback e Under the Eye of the Big Bird, o suíço Christian Kracht, com Eurotrash, o italiano Vincenzo Latronico, por Perfection, a indiana Banu Mushtaq, com Heart p, a surinamesa-holandesa Astrid Roemer, com On a Woman’s Madness, e a francesa Anne Serre, com A Leopard-Skin Hat.
Os 13 livros – 11 romances e duas coletâneas de contos – incluem 13 autores que fazem a sua estreia no Prémio Booker Internacional, muitos dos quais são sucessos literárias e vencedores de prémios nos seus países de origem.
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Entre os tradutores destas obras, contam-se três que já foram anteriormente incluídos na chamada longlist, do prémio.
Do desejo sexual e da deficiência ao desaparecimento noturno do povo palestiniano; de uma tragédia no Canal da Mancha a um clássico queer do século XX; de histórias que se estendem por milhares de anos a um único dia que se repete constantemente, a lista de nomeados é composta por livros que são, nas palavras de Max Porter, presidente do júri de 2025, “de todo o lado, para todos”.
“Nestes livros, as pessoas partilham estratégias de sobrevivência, fazem batota, mentem, brincam e inovam. Algumas pessoas já não pertencem a esta terra, ou enviam visões a partir do futuro ou de universos paralelos. Estes livros transportam-nos até à agonia da família, do local de trabalho ou das políticas do Estado-nação, ao segredo quase espiritual da amizade, à arquitetura interior do sentimento erótico, à banalidade do capitalismo e às agitações da fé”, afirmou o presidente do júri.
Max Porter referiu ainda que todos os membros do júri — composto também pelo autor Caleb Femi, a editora Sana Goyal, o escritor Anton Hur e a cantora-compositora Beth Orton— ficaram “espantados com as diferenças de leitura“.
A organização do prémio destaca que esta é a edição com o maior número de editoras independentes (11) e com o maior número de livros apresentados por editoras (154), desde que o prémio foi lançado no seu formato atual, em 2016.
A lista de finalistas do Prémio Booker Internacional vai ser revelada no dia 8 de abril, e o vencedor será anunciado numa cerimónia na Tate Modern, em Londres, no dia 20 de maio.
As seis obras que chegarem à fase final vão receber um prémio de cinco mil libras, a repartir entre autor e tradutor. O livro vencedor terá um prémio de 50 mil libras, igualmente dividido entre autor e tradutor.
O vencedor da edição de 2024 do Prémio Booker Internacional foi Kairos, de Jenny Erpenbeck, traduzido por Michael Hofmann.
observador