O 1.º objeto interestelar no Sistema Solar pode ser fragmento de Plutão

"Tudo neste objeto é consistente com a ideia de que se trata de uma mancha de gelo de nitrogénio como a que se vê na superfície de Plutão", disse o investigador de exoplanetas (planetas fora do sistema solar) da Universidade Estadual do Arizona Steve Desch.
O primeiro objeto interestelar registado, 1I/'Oumuamua, foi avistado pela primeira vez em 2017 e foi classificado como um cometa de outro sistema estelar.
O cometa poderá ser a casca de um "exoplútão, uma categoria completamente inesperada de objetos semelhantes a Plutão previstos para visitar o Sol", segundo as conclusões do investigador, em julho, na conferência 'Progresso na Compreensão da Missão de Plutão: 10 Anos Após o Sobrevoo' em Laurel, Maryland, nos Estados Unidos.
Por norma, os objetos do sistema solar são uma mistura de gelo de água, rocha e material rico em carbono, mas o 'Oumuamua parece ser quase puro gelo de azoto, segundo a investigação.
As observações feitas pela sonda espacial New Horizons da agência espacial, NASA, durante o sobrevoo de 2015 sugerem que a maior parte da superfície de Plutão é composta por gelo de nitrogénio.
O objeto visitante é mais longo do que qualquer corpo conhecido no sistema solar e é diferente dos cometas interestelares 2I/Borisov e 3I/ATLAS, os outros e únicos objetos interestelares conhecidos.
"Fragmentos das superfícies geladas de planetas anões semelhantes a Plutão foram quase certamente ejetados do nosso sistema solar e o 'Oumuamua fez-nos perceber quanto material deve ter sido ejetado", indicou Steve Desch.
No sistema Solar, a volta que os planetas gigantes dão ao sol ejetou uma enorme quantidade de material, maioritariamente gelado.
Inicialmente, poderia haver material suficiente para criar até 2.000 objetos interestelares semelhantes a Plutão, juntamente com outros 6.000 planetas anões maiores, de acordo com o investigador.
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