Japão bate recorde de calor em julho

O Japão registou o mês de julho mais quente desde 1898, declarou este sábado a agência meteorológica do país, num momento em que as alterações climáticas provocam ondas de calor extremo em todo o mundo.
Este é o terceiro ano consecutivo em que o arquipélago regista a temperatura média mensal mais alta para um mês de julho, destacou a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês).
As temperaturas no país “foram 2,89°C acima do normal”, indicou a JMA, batendo o recorde de julho de 2024 (2,16°C).
Na quarta-feira, o Japão registou a temperatura recorde de 41,2°C na região ocidental de Hyogo, depois de o país ter já registado o mês de junho mais quente da história nipónica.
“O próximo mês deverá continuar a trazer um calor intenso em todo o país”, alertou a agência.
O arquipélago também registou em julho pouca chuva em muitas regiões, especialmente no norte do arquipélago e em particular nas zonas situadas ao longo da costa do mar do Japão, acrescentou a JMA.
Este ano, a estação das chuvas terminou no oeste japonês cerca de três semanas mais cedo do que o habitual.
Cientistas afirmam que as alterações climáticas provocadas pelo homem tornam as ondas de calor mais intensas, mais frequentes e mais generalizadas.
Os meteorologistas japoneses alertam contra qualquer ligação direta entre condições meteorológicas específicas (como um calor intenso num determinado período) e as alterações climáticas a longo prazo, mas observam que o aquecimento global tem alimentado fenómenos meteorológicos imprevisíveis nos últimos anos.
O verão de 2024 foi o mais quente já registado, empatado com o recorde do de 2023, seguido pelo outono mais quente desde que se começou a fazer registos, há 126 anos.
As cerejeiras japonesas, emblemáticas do arquipélago, florescem mais cedo devido às temperaturas mais quentes, ou não florescem na totalidade, pois os outonos e invernos não são frios o suficiente para permitir a floração.
Outro sinal é a icónica cobertura de neve do monte Fuji, que, no ano passado, só apareceu no início de novembro, por volta de um mês depois do habitual.
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