Casa de jogador do Benfica destruída em ataque russo a Kiev

Apesar estar em Kiev na altura do ataque, a família do jogador parece ter escapado incólume. Já Sudakov não se encontrava nem em Lisboa nem na capital ucraniana, mas sim na Polónia, ao serviço da sua seleção nacional.
“Este é o aspeto da minha casa após a noite de hoje. Foi a chegada dos shahed [os drones utilizados pela Rússia]. A minha mulher, o meu filho e a minha mãe estavam em casa neste momento”, adianta o jogador na legenda às imagens partilhadas.
Já no seu canal de Telegram, o atleta recorreu a uma linguagem mais dura para reagir ao ataque. “Os orcs dirão que na minha casa há equipamento militar guardado”, comentou, recorrendo a um termo pejorativo que tem sido utilizado pelos ucranianos para se referir aos russos e ironizando quanto às justificações de Moscovo para atacar alvos civis.
A família Benfiquista está contigo, Heorhii. ❤️???? pic.twitter.com/Iw9EE51NvE
— SL Benfica (@SLBenfica) September 7, 2025
O Benfica já reagiu a este ataque com uma curta declaração nas redes sociais. “A família Benfiquista está contigo, Heorhii”, lê-se, rendo recorrido à fonética ucraniana para escrever o primeiro nome do seu jogador.
O futebolista — cuja transferência custou ao Benfica 27 milhões de euros fixos, mais uma verba por objetivos que pode chegar aos cinco milhões — fez parte da formação no Shakhtar Donetsk e desde 2020 que fazia parte da equipa principal do clube ucraniano.
Por essa razão, Sudakov foi afetado pela invasão russa em 2022, sendo que o treinador português Fernando Valente, que já tinha comandando o Shakhtar Donetsk, revelou à época que o atleta estava recolhido num bunker em Kiev em conjunto com a mulher, grávida da primeira filha do casal.
O jogador e a sua família conseguiram sair do bunker e fazer uma viagem de dois dias até Lviv. “Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. O início de uma verdadeira guerra. Acordámos com explosões, assim como milhões de ucranianos, e horas depois estávamos num ‘bunker’ em Kiev. A minha mulher estava grávida na altura e o que mais me assustava era isso, a nossa filha que ainda nem tinha nascido. A sensação de desespero e medo é inesquecível. Foi um período incrivelmente difícil, havia muita incerteza. Mas sabia que não podia perder-me. Recordava-me muitas vezes de que isto iria acabar e de que, quando isso acontecesse, precisava de estar pronto”, contou Sudakov numa entrevista publicada recentemente pela SoccerBible.
observador