Quanto tempo leva para ser contemplado no consórcio e pegar a carta de crédito?

Apesar de cada vez ganharem mais popularidade no país em meios aos juros altos de empréstimos, os consórcios ainda deixam muitas dúvidas nas pessoas, como por exemplo: quanto tempo o consorciado leva para pegar a carta de crédito?

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E não há como ter certeza sobre isso. Especialistas consultados pela IstoÉ Dinheiro explicam que o prazo é incerto. Exatamente por isso, o investimento na modalidade exige cautela e planejamento, principalmente quando há pressa em adquirir o objetivo que se busca com a carta de crédito.

“Não existe um tempo exato padrão de duração para ter a carta de crédito do consórcio”, afirma o planejador financeiro André Pereira de Melo, CFP pela Planejar. “Pode acontecer logo no início ou mais para frente, às vezes até no final. Depende da sorte e da estratégia.”

“O consórcio é uma modalidade de compra com planejamento, pois a contemplação da carta de crédito pode ocorrer durante todo o prazo do plano contratado. Não há como prever esse tempo”, destaca o diretor de negócios da Unicred, Rafael Carelli.

Ou seja, com sorte a pessoa pode ser contemplada logo nos primeiros meses de pagamento das parcelas. Mas isso também pode levar meses ou anos.

A carta de crédito é o documento que o consorciado trocará por um bem. Por exemplo, se for um consórcio do segmento de imóveis com objetivo for adquirir um imóvel de R$ 1 milhão, a carta de crédito será entregue ao contemplado, que poderá utilizar esse valor apenas para a aquisição do imóvel.

Apesar de imóveis serem o segmento de consórcio mais popular, existem também modalidades direcionadas para aquisição de automóveis, viagens, eletrodomésticos, estudos, cirurgia plástica, entre outros itens e serviços.

Os consorciados pagam mensalmente um valor para integrar um grupo no qual periodicamente uma pessoa será sorteada para ter acesso ao bem. A maior parte dos consórcios funciona com contemplações mensais. “O fator sorte conta muito neste momento”, afirma Carelli.

O sistema de lances é uma forma de passar na frente da fila dos sorteios.

“O lance é uma oferta em dinheiro que o consorciado faz para tentar receber a carta de crédito. Funciona como se fosse um leilão entre os participantes. Quem oferecer mais tem mais chances de ser contemplado”, explica Melo.

Existem três tipos de lances em um consórcio:

• Lance Livre: É a modalidade mais flexível. O consorciado pode ofertar o valor que desejar, geralmente um percentual sobre o valor total da carta de crédito. O lance vencedor é o de maior valor. Em caso de empate, a administradora utiliza critérios de desempate previstos em contrato, como o número da cota ou um sorteio entre os empatados.
• Lance Fixo: A administradora do consórcio define um percentual fixo para todos os participantes que desejam ofertar o lance, por exemplo, 25% do valor da carta de crédito. Se mais de uma pessoa oferecer o lance fixo no mesmo mês, o ganhador é definido por sorteio entre os participantes que cumpriram a exigência.
• Lance Embutido: Permite que o consorciado utilize uma parte do valor de sua própria carta de crédito para pagar o lance. É uma opção vantajosa para quem não possui recursos próprios para dar um lance.

As empresas devem oferecer informações sobre o tipo de lance antes da assinatura do ingresso no consórcio.

“O consórcio é um produto de planejamento a longo prazo e não garante contemplação imediata”, explica Carelli. Mesmo para quem planeja dar um lance, é difícil determinar quando o consorciado receberá uma carta de crédito. É possível que alguém dê um lance maior, por exemplo. Em outros casos, um lance igual pode perder devido a um fator de desempate. Assim, quem tem urgência ou prazo para adquirir o bem deve buscar outra modalidade de compra.

Caso a demora para adquirir o bem não seja um empecilho, o próximo passo a se analisar é a empresa por trás dele. “É fundamental que a administradora seja credenciada e autorizada pelo Banco Central. Avalia se ela tem mais ou menos grupos, se consorciados que pagam em dia e a agilidade na hora de realizar a contemplação”, aconselha Melo.

O Banco Central disponibiliza um ranking de administradoras por reclamações neste link. Você também pode checar a reputação da empresa em outras plataformas, como o site Reclame Aqui.

Por fim, a avaliação sobre um consórcio deve considerar as finanças do interessado. “É fundamental analisar o orçamento pessoal, porque o consórcio é um compromisso de médio e longo prazo”, diz Melo. Calcule então seus gastos fixos e certifique-se de que as parcelas caberão no seu bolso.

As prestações serão ajustadas periodicamente por algum indicador, que pode ser um índice de inflação. Procure assim saber o tipo de ajuste escolhido pela administradora para adicioná-lo no seu planejamento financeiro.