Veja as reações à derrubada do veto do Congresso ao IOF por Alexandre de Moraes

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restabelece o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), provocou forte reação da oposição no Congresso.
Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira (17), o líder da oposição, deputado federal Zucco (PL-RS), classificou a medida como “inconstitucional, autoritária” e um “atropelo ao Congresso Nacional”. Segundo ele, a decisão “penaliza diretamente o cidadão comum” e representa “mais um capítulo vergonhoso do desrespeito institucional que vem se tornando rotina no Brasil”.
Moraes atendeu a pedido do governo federal para manter os efeitos de um decreto presidencial que aumentava as alíquotas do IOF. O Congresso havia sustado o decreto, mas a decisão judicial reverteu essa deliberação legislativa.
Para Zucco, o STF tem atuado para “atender ao apelo desesperado de um governo que não consegue cortar gastos”, empurrando mais tributos à população. Ele também acusa o Judiciário de “desprezar os freios e contrapesos republicanos”, reforçando uma suposta aliança com o Executivo para ignorar a vontade popular expressa pelo Parlamento.
Nessa mesma direção, a deputada Bia Kicis (PL-DF) afirmou que o STF "deu um golpe contra o povo brasileiro, contra a democracia e contra o Congresso Nacional" ao derrubar o veto do IOF. A fala foi proferida na Câmara.
Outra parlamentar a se manifestar foi a deputada Júlia Zanatta (PL-SC). Em postagem feita em seu perfil na rede social X, ela afirmou que o Congresso Nacional foi humilhado com a decisão de Moraes. Para a deputada, o ministro do STF "faz o que Lula queria e dá de presente 20 bilhões em arrecadação, ignorando totalmente a votação dos 'representantes do povo'".
Em resposta, o Ministério da Fazenda divulgou nota apoiando a decisão de Moraes. A pasta afirmou que o ministro formou seu juízo “de forma sóbria” após ouvir as partes envolvidas. E destacou que a derrubada do veto ao aumento do IOF “reafirma as prerrogativas constitucionais” e “contribui para a harmonização entre os poderes”.
Segundo a Fazenda, o restabelecimento do decreto marca um passo para o “retorno à normalidade institucional do país” e demonstra que “o diálogo é fundamental”.
Também em nota, o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, manifestou-se de forma semelhante à Fazenda. Para ele, "o princípio da separação de poderes resultou respeitado, com atribuições e limites claramente definidos".
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