Calendário de fenômenos astronômicos de julho prevê chuva de meteoros

Se você é uma pessoa que se encanta com o rastro luminoso nos céus, o mês de julho reserva mais uma série de fenômenos interessantes, sendo que muitos deles poderão ser observados a olho nu. Outros, por sua vez, exigem o uso de binóculos, instrumentos ópticos ou apenas que o observador esteja distante da poluição luminosa das cidades.
A previsão é de um calendário movimentado, com conjunções planetárias raras, fenômenos lunares, o afélio — ponto em que a Terra está mais distante do Sol — e diversas chuvas de meteoros, com destaque especial para as visíveis no Hemisfério Sul.
As informações são de Eduardo Plácido Santiago, cofundador do projeto EXOSS de pesquisa de meteoros, parceiro da NASA, que acompanha de perto a atividade meteórica no céu brasileiro.
Chuva de meteoros Delta-Aquáridas do Sul (SDA)Entre os fenômenos mais esperados está a chuva de meteoros Delta-Aquáridas do Sul (SDA), com pico no dia 30 de julho e atividade de 12 de julho a 23 de agosto. A taxa pode chegar a até 20 meteoros por hora em locais escuros, sendo melhor observada entre 2h e 4h da madrugada nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. Os meteoros são rápidos, tênues e com rastros curtos.
Para quem quer acompanhar a chuva de meteoros, o especialista do EXOSS dá a dica: “Agasalhe-se, tenha uma boa companhia para conversar e passar o tempo enquanto observa o céu — sem uso de celulares ou qualquer fonte de luz. Leve uma boa jarra de café e uma cadeira confortável, de preferência uma cadeira de praia que possa reclinar.”





Chuva de meteoros registrada em Nova Santa Rita (RS)
Exoss/Imagem cedida ao Metrópoles
Chuva de meteoros
Exoss/Imagem cedida ao Metrópoles
Fenômeno astronômico - Bola de fogo
Exoss/Imagem cedida ao MetrópolesPegasidas de Julho (JPE)
Atividade entre 4 e 14 de julho, com pico no dia 9. Apresentam meteoros rápidos, tênues e trilhas curtas, sem bólidos. A taxa é de 3 a 5 meteoros por hora, com melhor visibilidade no Norte e Nordeste do Brasil, após as 3h da madrugada.
Draconídeos de Julho (GDR)
Ativos de 7 a 29 de julho, com pico no dia 27. A taxa é muito baixa no Hemisfério Sul, com visibilidade limitada mesmo no Norte do Brasil. Os meteoros são lentos e pouco frequentes, melhor vistos entre 2h e 4h, mas com radiante muito baixo.
Alfa Capricornídeos (CAP)
Com pico no dia 29 e atividade de 3 de julho a 15 de agosto, essa chuva apresenta cinco meteoros por hora, mas é conhecida pelos bólidos muito brilhantes e rastros persistentes. Pode ser observada em todo o país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, entre 1h e 4h da madrugada.
Segundo Eduardo Santiago, a recomendação é clara: “Muitos desses fenômenos podem ser vistos a olho nu, mas a melhor experiência acontece longe da luz artificial. Quanto mais escuro o céu, melhor o espetáculo.”
Eduardo finaliza com um recado, “Para quem deseja colaborar com a ciência cidadã, é possível ajudar o projeto Exoss — realizado em parceria com a NASA — relatando a observação de um meteoro (popularmente conhecido como estrela cadente). Basta acessar o site exoss.imo.net e preencher o formulário com as informações da ocorrência”.
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