Por que você interrompe as pessoas? A psicologia tem duas respostas

Sabe aquela pessoa que mal começa a falar, já entra atropelando? Talvez seja você. Mas calma — antes de rotular esse comportamento como pura falta de educação, vale ler o que diz a psicóloga Cibele Santos: interromper alguém pode esconder duas necessidades emocionais muito comuns — e profundas.
“É uma forma de tentar garantir espaço numa conversa. Em geral, a pessoa não quer ser desrespeitosa. Ela quer ser ouvida, e rápido”, explica Cibele.
De acordo com a psicóloga, há dois padrões que se repetem em quem interrompe com frequência. O primeiro é a necessidade de afirmação e validação. A fala do outro vira plano de fundo para a própria urgência em se colocar. O pensamento é inconsciente, mas claro: “o que eu tenho a dizer importa mais”.
O segundo ponto é a ansiedade e a baixa tolerância ao silêncio ou à espera. “Às vezes, a pessoa está tão ansiosa para não esquecer o que pensou, que já vai falando, mesmo sem perceber que está cortando o outro”, diz Cibele.
No fundo, esse comportamento mostra uma inversão na balança da comunicação: a expressão pessoal pesa mais que a escuta ativa. É como se o impulso de falar fosse maior que a disposição de ouvir.

Se você se reconheceu aí (ou pensou em alguém), a boa notícia é que dá para mudar. O primeiro passo, segundo Cibele, é treinar a escuta. E ela sugere uma regra simples: espere três segundos antes de responder. “Crie o hábito de fazer uma pausa mental de três segundos antes de falar, mesmo que a outra pessoa tenha terminado a frase. Esse mini intervalo dá tempo ao cérebro de sair do modo ‘resposta’ e entrar no modo ‘escuta’. Parece pouco, mas faz diferença.”
Outra estratégia é anotar palavras-chave enquanto o outro fala, para não ficar ansioso com o medo de esquecer o que queria dizer. E uma técnica poderosa: parafrasear antes de dar sua opinião. Algo como: “Se eu entendi bem, você quis dizer que…”. Isso mostra que você ouviu — e só depois quer contribuir.

A dica da psicóloga é manter a calma e reafirmar o seu espaço com firmeza e gentileza. Frases como “Só um minuto, estou concluindo meu pensamento” ou “Boa ideia, mas deixa eu terminar rapidinho” funcionam como limites saudáveis sem criar atrito.
A linguagem corporal, segundo Cibele, também ajuda: manter o olhar firme, gesticular suavemente enquanto fala e inclinar-se levemente para frente sinaliza que a sua fala ainda não acabou.
E para conversas mais longas ou delicadas, vale combinar o “jogo” antes: “Vou te explicar isso em três partes. Pode segurar os comentários até o final?”
No fim, escutar pode ser mais transformador do que falar. Interromper é algo que quase todo mundo já fez e muitos nem percebem. Mas quando se olha com atenção, percebe-se que escutar o outro até o fim também é um jeito de ser ouvido. “Ouvir não é passividade. É conexão. E isso, no fim, é o que todo mundo está buscando”, finaliza Cibele.








O bem-estar é fundamental para uma vida plena e satisfatória
Getty Images
Ele abrange aspectos físicos, mentais e sociais
Getty Images
Faça substituições inteligentes na dieta para comer mais saudável
Getty Images
Praticar atividade física é essencial
Getty Images
Ele permite que as pessoas vivam de forma mais equilibrada, saudável e feliz
Getty Images
O bem-estar contribui para a prevenção de doenças e melhora a qualidade do sono
Getty Images
Pessoas com bem-estar emocional tendem a desenvolver relações interpessoais mais satisfatórias
Getty Images
Uma alimentação saudável, rica em nutrientes e equilibrada, fornece ao corpo os elementos necessários para um funcionamento adequado
Getty Imagesmetropoles