Kremlin reitera apelo de Putin para negociações em Istambul, mas permanece em silêncio sobre possível reunião com Zelensky

O Kremlin repetiu na segunda-feira o apelo do presidente Vladimir Putin para negociações diretas entre Rússia e Ucrânia em Istambul no final desta semana, mas não disse se o líder russo se encontrará pessoalmente com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
No domingo, Putin propôs retomar as negociações diretas realizadas pela última vez em Istambul em março de 2022, ao mesmo tempo em que rejeitou implicitamente o apelo de Kiev, apoiado por aliados europeus, por um cessar-fogo de 30 dias. Zelensky respondeu desafiando Putin para um encontro pessoal em Istambul na quinta-feira.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres que "tudo o que ele pôde dizer" foi que os líderes mundiais, incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, receberam a proposta de Putin com "compreensão e apoio".
“No geral, continuamos comprometidos com um esforço sério em direção a uma resolução pacífica de longo prazo”, disse Peskov, confirmando, sem saber, se Putin compareceria às negociações propostas.
Putin e Zelensky não se encontram desde dezembro de 2019, mais de dois anos antes de a Rússia lançar sua invasão em larga escala.
Tanto Moscou quanto Kiev parecem estar tentando se alinhar à iniciativa de Trump por um rápido acordo de paz na Ucrânia, enquanto pintam o outro como um obstáculo aos seus esforços.
Uma autoridade ucraniana anônima disse ao Axios que Zelensky planeja viajar para a Turquia esta semana, independentemente da posição da Rússia sobre o cessar-fogo proposto de 30 dias.
Senadores russos disseram na televisão estatal que era improvável que uma reunião entre Putin e Zelensky ocorresse em Istambul.
Peskov também rebateu o alerta da Alemanha feito na segunda-feira de que a UE imporia novas sanções se a Rússia não aceitasse um cessar-fogo até o final do dia.
"A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia. Não é apropriada. Não se pode falar com a Rússia nesses termos", disse ele.
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