Líder do protesto de Altai é preso sob acusações de terrorismo

Autoridades policiais da república siberiana de Altaidisseram na quarta-feira que prenderam um ativista local suspeito de incitar publicamente o terrorismo, uma medida que ocorre em meio a uma repressão mais ampla contra oponentes de reformas municipais controversas.
A filial local do Comitê Investigativo da Rússia, que investiga crimes graves, informou ter colocado um "moderador de um grupo público no Telegram" em prisão temporária. A agência afirmou que buscará uma ordem judicial para prisão preventiva.
Embora as autoridades não tenham revelado o nome da pessoa, ativistas locais a identificaram como Aruna Arna, uma figura proeminente nos protestos contra uma reforma de governança apoiada pelo Kremlin e a expansão de empresas de propriedade de Moscou na república.
O órgão fiscalizador financeiro estadual Rosfinmonitoring adicionou Arna ao seu registro federal de “terroristas e extremistas” no mês passado.
Arna compartilhou nas redes sociais os primeiros segundos de uma busca policial em sua casa na quarta-feira. No vídeo, policiais podem ser vistos invadindo seu apartamento e gritando para as pessoas lá dentro se deitarem no chão.
Em um vídeo separado, sua mãe alegou que a polícia de choque armada apreendeu dinheiro e eletrônicos pessoais e levou sua filha, deixando para trás três crianças, incluindo um bebê.
Buscas também foram relatadas nas casas de outros ativistas e na da mãe de Arna.
Outros ativistas disseram à mídia independente que Arna planejava viajar para Moscou no dia de sua prisão para entregar assinaturas exigindo a renúncia do chefe de Altai, Andrei Turchak.
Protestos contra Turchak têm agitado a região desde que as polêmicas reformas municipais foram introduzidas neste verão.
As reformas uniram muitos distritos rurais em distritos maiores e mais consolidados, onde várias eleições ocorreram no início deste mês.
Críticos dizem que a reforma retira dos moradores a representação política local e dá a Moscou um controle mais rígido sobre o governo regional.
Em agosto, a Suprema Corte de Altai rejeitou uma ação judicial que contestava a reforma municipal aprovada pelo parlamento regional, provocando grandes protestos na capital, Gorno-Altaysk.
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