Bactérias multirresistentes detectadas em carne e laticínios apreendidos no Aeroporto de Frankfurt

Um estudo realizado na Alemanha revelou que alimentos de origem animal contrabandeados para a União Europeia (UE) ilegalmente na bagagem de passageiros podem representar sérios riscos à saúde. O estudo, conduzido pela Universidade de Giessen e pela unidade de controle de fronteira do Laboratório Estadual de Hessen, no Aeroporto de Frankfurt, encontrou bactérias resistentes a diversos antibióticos nos produtos apreendidos.
Produtos Ilegais Sob Controle
Pesquisadores examinaram 100 amostras de alimentos encontradas em bagagens de passageiros no Aeroporto de Frankfurt entre outubro de 2021 e dezembro de 2022. Sessenta dessas amostras continham carne ou produtos cárneos, enquanto 40 continham laticínios. As amostras eram originárias de 15 países diferentes; 47 vieram da Ásia Ocidental e 39 da Turquia.
Particularmente dignos de nota eram os produtos não industriais, como cordeiro cru e linguiça caseira, que eram transportados sem refrigeração.
Estudos Bacterianos
As amostras foram pesquisadas em busca de bactérias zoonóticas e resistentes, como Salmonella, E. coli, Enterobacterales e Staphylococcus aureus (incluindo MRSA).
Enterobacterales 36%,
E. coli 23%,
Patógenos transmitidos por alimentos foram detectados a uma taxa de 17%.
Análises genéticas também revelaram uma nova cepa de Staphylococcus aureus e uma espécie rara de Enterobacterales. MRSA e E. coli multirresistente também foram detectados em algumas amostras.
Pequena escala, grande risco
Embora esses produtos tenham sido importados para uso pessoal, especialistas destacaram que a importação ilegal de alimentos poderia facilitar a disseminação de bactérias resistentes a antibióticos na UE. A presença de bactérias resistentes a antibióticos essenciais, como cefalosporinas de terceira geração e quinolonas, foi particularmente preocupante.
Avisos da UE
A UE alerta os passageiros para que não transportem alimentos de origem animal. Cartazes nos aeroportos dizem: "Não traga alimentos de origem animal para a UE". No entanto, pesquisas mostram que uma parcela significativa dos passageiros não cumpre esses avisos, representando um risco à saúde pública.
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