'Presente, de graça': Donald Trump quebra o silêncio sobre o suposto acordo de jatos com o Catar

Donald Trump defendeu o plano relatado de aceitar um jato de luxo da família real do Catar para uso como Força Aérea Um , descrevendo-o como um "PRESENTE, GRATUITO". Em sua primeira reação pública à controvérsia, o presidente dos EUA recorreu ao Truth Social no domingo, acusando os democratas de estarem indignados com um acordo transparente e econômico. “Então, o fato de o Departamento de Defesa estar recebendo de PRESENTE, GRATUITAMENTE, uma aeronave 747 para substituir temporariamente o antigo Air Force One, de 40 anos, em uma transação pública e transparente, incomoda tanto os democratas corruptos que eles insistem que paguemos MUITO CARO pelo avião. Qualquer um pode fazer isso! Os democratas são uns perdedores de classe mundial!!! MAGA”, escreveu Trump. Os primeiros relatos surgiram no fim de semana, com a ABC News e o The New York Times revelando que o governo do Catar está em negociações com o Pentágono sobre a transferência de um Boeing 747-8 para ser usado temporariamente como Força Aérea Um. Segundo relatos, o plano é que o jato seja entregue à biblioteca presidencial de Trump no final de seu mandato, em janeiro de 2029, permitindo-lhe acesso contínuo após a presidência. Leia também: Catar diz que decisão de presentear Trump com superjato ainda não é definitiva: 'Pode ser uma transferência' Embora autoridades do Catar neguem que a aeronave seja um presente pessoal a Trump, descrevendo-a como uma possível transferência "de governo para governo", o acordo provocou uma onda de escrutínio jurídico e ético. Críticos argumentam que ele viola a Cláusula de Emolumentos da Constituição dos EUA, que proíbe autoridades de aceitar presentes de estados estrangeiros sem a aprovação do Congresso. A especialista em ética Kathleen Clark disse que o acordo era "ultrajante", acusando Trump de usar o poder federal para se enriquecer. Os democratas têm se manifestado abertamente contra a medida, com o senador Chris Murphy chamando-a de "extremamente ilegal" e a deputada Kelly Morrison rotulando-a de "corrupção à vista de todos". Até mesmo Laura Loomer, aliada de Trump, expressou preocupação, alertando que aceitar tal presente do Catar , um país com laços com grupos como o Hamas e o Hezbollah, mancharia o governo. A Casa Branca, no entanto, teria preparado uma defesa legal, afirmando que a doação não é inconstitucional, já que o jato seria aceito pelo Pentágono e depois transferido para uma fundação, nunca para Trump pessoalmente. O governo sustenta que não há troca de favores e, portanto, não há suborno envolvido. Espera-se que Trump anuncie o acordo durante sua viagem ao Oriente Médio esta semana, que inclui escalas no Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O jato, avaliado em cerca de US$ 400 milhões, é semelhante a um que Trump visitou em fevereiro no Aeroporto Internacional de Palm Beach. Embora tenha mais de uma década de uso, será equipado com comunicações seguras e outras atualizações antes de entrar em serviço.