Administração Trump se recusa a apoiar resolução da ONU condenando invasão da Ucrânia pela Rússia
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Os Estados Unidos marcaram o terceiro aniversário da invasão não provocada da Ucrânia pela Rússia ao se aliar a Moscou nas Nações Unidas, juntando-se a uma coalizão emergente de nações autocráticas na votação contra uma resolução que condenava a agressão do Kremlin.
A resolução, apresentada pela Ucrânia, foi aprovada com o apoio de 93 nações na Assembleia Geral da ONU, com 65 abstenções, informou a NBC News. Ela condena a invasão de fevereiro de 2002 e reafirma que a Rússia é a única responsável por lançá-la.
“Ao comemorarmos três anos dessa devastação — a invasão total da Ucrânia pela Rússia — apelamos a todas as nações para que permaneçam firmes e tomem... o lado da Carta, o lado da humanidade e o lado da paz justa e duradoura, paz pela força”, disse a vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa, na segunda-feira .
A aprovação da resolução é uma derrota diplomática significativa para o governo Trump, que havia instado seus antigos aliados europeus a votarem contra a medida e, em vez disso, apoiarem sua própria resolução, que não fazia menção à responsabilidade russa pela guerra, informou a Reuters. Depois que os países europeus alteraram a resolução patrocinada pelos EUA, substituindo a menção ao "conflito" na Ucrânia por "a invasão em larga escala da Ucrânia pela Federação Russa", o governo Trump foi forçado a se abster de sua proposta.
Na resolução patrocinada pela Ucrânia, os EUA se juntaram à Rússia e seus aliados no voto "não". Outros que ficaram do lado de Moscou incluíram nações autoritárias como a Coreia do Norte, que enviou tropas para apoiar a invasão da Rússia, assim como Hungria, Bielorrússia e Nicarágua.
Em comentários antes das votações na segunda-feira, a embaixadora Dorothy Shea, que atuará como principal diplomata dos EUA na ONU até que o Senado confirme a ex-deputada Elise Stefanik, RN.Y., retratou o governo Trump como focado em acabar com a guerra, argumentando que resoluções anteriores da ONU não atingiram esse objetivo.
"Desde o início da guerra, 11 anos atrás, as Nações Unidas têm repetidamente condenado as violações flagrantes da Carta da ONU pela Rússia", disse Shea, referindo-se à anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em 2014. "Várias resoluções da Assembleia Geral exigiram que a Rússia retirasse suas forças da Ucrânia. Essas resoluções falharam em parar a guerra. Ela agora se arrasta por muito tempo, e a um custo muito terrível para o povo na Ucrânia, na Rússia e além."
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