Os prêmios Tony oferecem muitos confrontos intrigantes em uma temporada repleta de estrelas

NOVA YORK — Um par de androides cantores. Duas peças vencedoras do Prêmio Pulitzer. Uma Mary Todd Lincoln bêbada. Um musical com um cadáver como herói. Romeu, Julieta e ursinhos de pelúcia com música rave. Sem mencionar George Clooney.
A Broadway teve uma temporada repleta de atrações para todos os gostos e agora é hora de homenagear os melhores com o Tony Awards, apresentado por Cynthia Erivo, que será realizado na noite de domingo na CBS e transmitido pelo Paramount+.
A agitação na Broadway geralmente é reservada para musicais, mas este ano as peças — impulsionadas por talentos de primeira linha — impulsionaram a conversa. Temos Clooney em "Boa Noite e Boa Sorte", Denzel Washington e Jake Gyllenhaal em "Otelo", Sarah Snook em uma versão solo de "O Retrato de Dorian Gray" e seus colegas de elenco em "Succession", Kieran Culkin e Bob Odenkirk em "Glengarry Glen Ross". (Clooney, Snook e Odenkirk são indicados ao Tony.)
Houve dois vencedores do Pulitzer — "English", premiado em 2024 , e "Purpose", de 2025 —, mas talvez uma das maiores surpresas da temporada tenha sido "Oh, Mary!", a história revisionista irreverente, picante e alegremente perturbada da Cole Escola, centrada em Mary Todd Lincoln. Todos os três foram indicados para melhor peça, juntamente com "John Proctor is the Villain" e "The Hills of California".
Em termos musicais, três opções parecem estar na disputa pelo prêmio principal: "Maybe Happy Ending", uma comédia romântica sobre um par de androides; "Dead Outlaw", sobre um andarilho alcoólatra cujo corpo embalsamado se torna um bem precioso por meio século; e "Death Becomes Her", a sátira musical sobre inimigos de longa data que bebem uma poção mágica para a eterna juventude e beleza. "Maybe Happy Ending", "Death Becomes Her" e outro musical indicado, "Buena Vista Social Club", lideram as indicações com 10 cada.
A temporada 2024-2025 arrecadou US$ 1,9 bilhão, tornando-se a temporada de maior bilheteria de todos os tempos e sinalizando que a Broadway finalmente emergiu da tristeza da COVID-19, tendo ultrapassado o recorde anterior de US$ 1,8 bilhão durante a temporada 2018-2019.
"Estamos passando por um período estranho, e acredito que um dia poderemos traçar a linha entre a COVID e isso, assim como é possível traçar a linha entre o início dos anos 1980, com a AIDS, e a explosão dos grandes musicais novamente", diz Harvey Fierstein, que receberá um Tony especial pelo conjunto da obra.
Audra McDonald, a artista mais reconhecida na história dos prêmios de teatro, pode ampliar sua vantagem no Tony. Já detentora do recorde de maior número de vitórias em atuação, com seis Tonys, McDonald pode ampliar essa vantagem graças à sua atuação principal em uma reestreia aclamada de "Gypsy". Ela precisa superar Nicole Scherzinger, que vem encantando o público em "Sunset Blvd".
E Kara Young — a primeira atriz negra a ser indicada ao prêmio Tony em quatro anos consecutivos — pode se tornar a primeira pessoa negra a ganhar dois Tonys consecutivamente, caso ganhe por seu papel na peça "Purpose".
Outros possíveis vencedores consecutivos incluem a diretora Danya Taymor, que espera dar continuidade à sua vitória de 2024 com "The Outsiders" com outra por "John Proctor Is the Villain", e o dramaturgo de "Purpose", Branden Jacobs-Jenkins, que venceu no ano passado com "Appropriate".
Outras possíveis estreias incluem Daniel Dae Kim , que pode se tornar o primeiro vencedor asiático na categoria de melhor ator principal em uma peça por seu trabalho em uma reestreia de "Yellow Face". E Marjan Neshat e sua colega de elenco em "English", Tala Ashe, podem se tornar as primeiras atrizes de ascendência iraniana a ganhar um Tony.
Nesta temporada, a Broadway viu uma explosão de rock alternativo e o surgimento de histórias de jovens para jovens, incluindo "John Proctor é o Vilão" e "Romeu + Julieta" voltado para a Geração Z e a geração Y.
A transmissão de domingo, como de costume, terá um número musical para cada um dos espetáculos que concorrem ao prêmio de melhor novo musical, além de alguns que não foram selecionados, como "Just in Time", um musical sobre Bobby Darin, e "Real Women Have Curves". Este ano, também há espaço para "Hamilton", que comemora seu 10º ano na Broadway. Mas os musicais "BOOP! The Betty Boop Musical" e "SMASH" não foram incluídos.
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Para mais cobertura do Tony Awards de 2025, visite https://apnews.com/hub/tony-awards .
ABC News