Líderes do Congresso reagem à ordem de ataque de Trump ao Irã

Líderes do Congresso expressaram surpresa na noite de sábado com o anúncio do presidente Donald Trump de que ele havia ordenado um ataque dos EUA a três instalações nucleares iranianas, com alguns republicanos elogiando a medida e alguns democratas questionando a autoridade do presidente.

O senador republicano da Carolina do Sul Lindsey Graham, um defensor ferrenho de Israel , disse em uma publicação no X momentos após Trump anunciar o ataque que foi "a decisão certa".

"O regime merece. Parabéns, Presidente @realDonaldTrump", disse ele. "Aos meus concidadãos: temos a melhor Força Aérea do mundo. Isso me deixa muito orgulhoso."

Mas o principal democrata na Câmara, o líder da minoria Hakeem Jeffries, disse que Trump "enganou o país".

"Donald Trump prometeu trazer paz ao Oriente Médio. Ele não cumpriu essa promessa. O risco de guerra aumentou drasticamente, e rezo pela segurança de nossas tropas na região, que estão em perigo", disse ele em um comunicado.

"O presidente Trump enganou o país sobre suas intenções, não buscou autorização do Congresso para o uso de força militar e corre o risco de envolver os americanos em uma guerra potencialmente desastrosa no Oriente Médio", continuou ele.

"Primeiro, o governo Trump carrega o pesado fardo de explicar ao povo americano por que essa ação militar foi empreendida. Segundo, o Congresso deve ser completa e imediatamente informado em um ambiente confidencial. Terceiro, Donald Trump assume total e completa responsabilidade por quaisquer consequências adversas decorrentes de sua ação militar unilateral", acrescentou.

O senador independente Bernie Sanders, de Vermont, estava no palco de um de seus eventos "Combata a Oligarquia" em Tulsa, Oklahoma, quando leu um trecho da postagem do presidente Trump sobre os ataques para uma plateia que imediatamente começou a vaiar.

"Não só esta notícia que ouvi esta segunda vez é alarmante — todos vocês acabaram de ouvir. Mas é grosseiramente inconstitucional. Todos vocês sabem que a única entidade que pode levar este país à guerra é o Congresso dos EUA. O presidente não tem esse direito", acrescentou.

O deputado Rick Crawford, republicano do Arizona e presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, disse em um comunicado que estava em contato com o presidente antes do ataque e ainda monitorava a situação.

"Como já disse várias vezes recentemente, lamento que o Irã tenha levado o mundo a este ponto. Dito isso, sou grato ao presidente Trump por ter entendido que a linha vermelha — articulada por presidentes de ambos os partidos durante décadas — era real", disse ele.

Pelo menos um republicano na Câmara, no entanto, questionou a ação do presidente sem autorização do Congresso.

"Isso não é constitucional", postou o deputado republicano Tom Massie, do Kentucky.

O deputado Jim Himes, de Connecticut, o principal democrata no Comitê de Inteligência da Câmara, postou no X: "De acordo com a Constituição que ambos juramos defender, minha atenção para este assunto vem ANTES que as bombas caiam. Ponto final."

"Precisamos retornar imediatamente a Washington, D.C. e votar no @RepThomasMassie e na minha Resolução sobre Poderes de Guerra para evitar que os Estados Unidos sejam arrastados para outra guerra sem fim no Oriente Médio", disse o deputado democrata pela Califórnia, Ro Khanna, em uma publicação no X.

O presidente da Câmara, Mike Johnson, foi informado antes dos ataques dos EUA às instalações nucleares do Irã, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.

Johnson deveria estar em Israel no domingo para discursar no Knesset, mas a viagem foi cancelada por causa do conflito em andamento.

O presidente da Câmara também divulgou uma declaração endossando os ataques, chamando-os de uma ação "decisiva" que previne o terrorismo.

O líder da maioria no Senado, John Thune, também foi informado antes dos ataques dos EUA ao Irã, de acordo com duas fontes familiarizadas com a conversa.

O senador republicano John Barrasso, do Wyoming, publicou: "A decisão do presidente @realDonaldTrump de atacar o programa nuclear do Irã é acertada. A maior ameaça à segurança dos Estados Unidos e do mundo é o Irã com uma arma nuclear. Deus abençoe nossas tropas 🇺🇸"

O senador republicano do Texas, John Cornyn, publicou: "O presidente Trump tomou a decisão corajosa e correta de eliminar a ameaça nuclear iraniana. Deus abençoe os EUA. Obrigado aos nossos extraordinários militares e ao nosso indomável @POTUS. É assim que se parece a liderança no cenário mundial."

O senador democrata da Pensilvânia, John Fetterman, disse no X: "Como venho afirmando há muito tempo, esta foi a decisão correta do @POTUS. O Irã é o principal patrocinador mundial do terrorismo e não pode ter capacidade nuclear. Sou grato e saúdo as melhores forças armadas do mundo. 🇺🇸"

A deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, publicou que o ataque do presidente Trump ao Irã constitui "motivo para impeachment", dizendo que ele estava "em grave violação da Constituição" sem primeiro receber autorização do Congresso.

"A decisão desastrosa do presidente de bombardear o Irã sem autorização é uma grave violação da Constituição e dos poderes de guerra do Congresso. Ele arriscou impulsivamente lançar uma guerra que pode nos enredar por gerações. É absoluta e claramente motivo para impeachment", publicou ela.

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