Bodö/Glimt - a saga do futebol norueguês

O Sturm Graz enfrenta um desafio difícil no norte na quarta-feira. O FK Bodö/Glimt vem acrescentando um capítulo após o outro à sua impressionante história de sucesso há anos. Este clube é único em muitos aspectos.
A sequência de sucessos do Bodö/Glimt na Liga Europa de 2025 só terminou na semifinal contra o Tottenham. IMAGO/Foto de Gonzales
Na noite de 21 de outubro de 2021, o futebol europeu se animou. O FK Bodö/Glimt derrotou a poderosa AS Roma por 6 a 1 na Conference League, infligindo a maior derrota da carreira de técnico de José Mourinho, que já conta com quase 1.200 jogos. Desde então, o clube do norte da Noruega vem construindo uma história de sucesso após a outra. Na quarta-feira (21h, AO VIVO! no Kicker), o campeão austríaco SK Sturm Graz precisa ter cuidado para não sofrer um milagre nórdico na primeira partida do play-off da Liga dos Campeões.
Quem procura paralelos entre os campeões norueguês e austríaco os encontrará. Há o aspecto financeiro: nenhum dos dois tem um investidor ou mesmo um oligarca por trás, mas sua solidez financeira advém de raízes regionais, vendas lucrativas de jogadores e bônus da UEFA. Ambos desenvolveram seu estilo de jogo ao longo dos anos e têm jogadores que dão vida à sua abordagem, baseada em rápida recuperação da bola e pressão.
Sucesso com talento localPara os nostálgicos, no entanto, o Bodö/Glimt tem algo a oferecer raramente visto nos grandes palcos do futebol atualmente. Os jogadores titulares são quase todos noruegueses, muitos da própria academia do clube. Os poucos jogadores estrangeiros vêm todos da Escandinávia, com exceção do goleiro russo-israelense Nikita Haikin. Liderado pelo técnico de longa data Kjetil Knutsen (desde 2018), este time incorpora um elenco de uma saga do futebol nórdico que regularmente surpreende os espectadores, especialmente no compacto e pequeno estádio Aspmyra (capacidade: 8.270).
O atacante Seedy Jatta já alertou sobre as condições especiais. Só no ano passado, os compatriotas de Jatta derrotaram times renomados como FC Porto, Besiktas Istambul, Olympiacos Pireu e Lazio Roma em seu próprio campo de grama sintética. A jornada maravilhosa só terminou contra o gigante da Premier League, Tottenham, o eventual campeão da Liga Europa. Desde então, Bodø se tornou a primeira cidade do Círculo Polar Ártico a sediar uma semifinal europeia.
Glimt significa relâmpago – e o apelido combina muito bem com o jogo. Com passes curtos e rápidos, os atuais líderes do campeonato norueguês combinam seu caminho pelo meio-campo com a velocidade da luz. Isso não tem nada a ver com o antigo estilo de chute e corrida dos escandinavos. Embora o elemento físico não seja negligenciado.
Série negra da NoruegaNaturalmente, o sucesso também desperta o interesse dos jogadores do Glimt. Vários jogadores titulares foram vendidos, mas retornaram à cidade de 55 mil habitantes logo em seguida. Patrick Berg, que não conseguiu se firmar no Lens, e o ex-prodígio do Milan, Jens Petter Hauge, são exemplos. "Eles voltam e prosperam novamente no sistema que temos", disse Roger Andreassen, que jogou pelo clube na década de 1980, ao Guardian. "E na maioria dos jogos, eles conseguem mudar de ritmo após 70 minutos e simplesmente dominar os adversários. Muitos não estão preparados para isso."
Sturm deve ser avisado sobre o "Orgulho do Norte da Noruega" e torcer para que essa sequência continue. Clubes noruegueses não conseguiram se classificar para a principal competição da Liga dos Campeões 17 vezes consecutivas. O Bodø/Glimt, que há 15 anos ainda oscilava entre as ligas devido a problemas financeiros e só retornou à primeira divisão em 2017, também sofreu três derrotas.
