Mercadorias commodities: Realização de lucros após máximas históricas

A valorização dos metais preciosos continuou na primeira quinzena de outubro. Novos recordes foram seguidos por uma correção. Será que a tendência de alta chegou ao fim?
30 de outubro de 2025. FRANKFURT (Bolsa de Valores de Frankfurt). Os metais preciosos foram, mais uma vez, o tema dominante nos mercados de commodities em outubro. O ouro e a prata inicialmente atingiram novos recordes históricos antes de uma realização de lucros ocorrer na segunda quinzena do mês. O preço do ouro chegou a atingir um pico de US$ 4.381 por onça troy, mas atualmente está cotado a US$ 3.974. A prata atingiu uma nova máxima histórica de US$ 54,47 e agora está cotada a US$ 47,78.
Os fluxos de entrada em ETCs lastreados fisicamente em ouro e prata voltaram a aumentar significativamente neste cenário, como demonstram os dados da WisdomTree. "Os metais preciosos continuaram a dominar os fluxos de commodities nas últimas semanas", explica Mobeen Tahir. "A diversificação dos bancos centrais em relação ao dólar americano e o retorno dos fluxos positivos para produtos negociados em bolsa reforçaram um ambiente de investimento robusto, porém cauteloso."
Mudanças nos fatores que influenciam o preço do ouro
Thu Lan Nguyen, do Commerzbank, observa que os principais fatores que impulsionam os movimentos do preço do ouro mudaram nos últimos anos. Enquanto no passado esses movimentos podiam ser explicados de forma bastante satisfatória pela projeção da taxa de juros real dos EUA, agora a demanda por um ativo de refúgio seguro devido a preocupações econômicas e geopolíticas é o principal fator que influencia o preço do ouro.
A analista de commodities também faz um alerta: o fato de o ouro não estar sob controle estatal ou de bancos centrais e, portanto, não estar sujeito ao risco de inadimplência, não significa que o ouro seja completamente isento de riscos. "Em caso de colapso, não haveria nenhuma instituição governamental para intervir e estabilizar o preço." Isso é particularmente importante, diz ela, porque a alta do ouro pode ser vista cada vez mais como exagerada. No entanto, dada a incerteza contínua em torno da política americana e o fim (ainda) imprevisível da guerra na Ucrânia, a especialista não espera que a correção atual continue por muito mais tempo.
Níveis de suporte gráfico ao alcance
As recentes quedas foram desencadeadas pela notícia de um acordo comercial quase final entre os EUA e a China. Essa queda nos preços foi acompanhada por saídas significativas de ETCs de ouro. A grande questão agora é se isso representa uma reversão de tendência sustentável ou se a alta será retomada em breve. Em uma análise recente, os estrategistas da Wellenreiter Invest enfatizam que as médias móveis de 50 dias representam um importante nível de suporte técnico. Para o ouro, essa média móvel está atualmente em torno de US$ 3.820, enquanto para a prata está em US$ 44,60.
Os editores identificam o Índice de Ouro e Prata da Filadélfia (“XAU”), que acompanha o desempenho das ações de produtoras internacionais de ouro e prata, como um indicador importante. Ele já atingiu sua média móvel de 50 dias. “O índice mostrará aos participantes do mercado a extensão do ímpeto para uma retomada da alta dos metais preciosos. Normalmente, os preços devem subir novamente inicialmente.”
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