Nova autoridade de concorrência do México será comparável à dos EUA: Cofece

A autoridade antitruste que substituirá a Comissão Federal de Concorrência Econômica (Cofece) será "bastante comparável" à autoridade dos Estados Unidos, o que contribui para o cumprimento do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), disse Andrea Marván Saltiel, presidente da Comissão Federal de Concorrência Econômica (Cofece).
"Olhando para o futuro, em termos de concorrência, a nova Lei Federal de Concorrência Econômica criará uma autoridade de concorrência bastante comparável à dos Estados Unidos", disse ele na quinta-feira, ao participar do fórum "Concorrência em Transição: Análise da Iniciativa de Reforma da Lei de Concorrência", realizado no Instituto de Pesquisas Jurídicas da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
Este mês, o Congresso mexicano deve discutir uma reforma na Lei Federal de Concorrência Econômica (LFCE) em uma sessão extraordinária para cumprir a reforma constitucional de dezembro de 2024, que decreta a reorganização de funções e a substituição de vários órgãos estatais.
Entre eles estão a Comissão Federal de Concorrência Econômica (Cofece) e o Instituto Federal de Telecomunicações (IFT), órgãos atualmente constitucionalmente autônomos que transferirão suas funções para novos órgãos que passarão a ser setorizados dentro da administração pública federal (APF).
Marván Saltiel comemorou a iniciativa do Executivo Federal, apresentada no final de abril passado, que deu origem a uma nova autoridade de concorrência — que será chamada de Comissão Nacional Antimonopólio — que adota atributos essenciais do Cofece e se assemelha à Comissão Federal de Comércio (FTC), a autoridade de concorrência dos Estados Unidos.
Andrea Marván, chefe da Cofece. Foto EE: Cortesia
Alguns deles incluem a governança por meio de um órgão colegiado, a separação das autoridades investigativas e sancionadoras e a independência técnica. Todos esses mecanismos farão parte da nova autoridade de concorrência.
Mas há uma ressalva: o novo órgão terá uma sessão plenária de apenas cinco comissários, não sete, como tem sido o caso desde 2014.
No entanto, Saltiel disse que é mais comum no mundo encontrar órgãos com cinco membros, como é, de fato, o caso da FTC.
“Considerando a FTC, temos (no projeto de lei) uma estrutura institucional bastante semelhante: cinco comissários nomeados pelo presidente (do país) que são ratificados pelo Senado, com mandatos que vão além do mandato do poder executivo e com cláusulas de remoção muito específicas”, disse Marván.
O comissário presidente do COFECE afirmou que essas semelhanças entre as autoridades de concorrência do México e dos Estados Unidos facilitarão a revisão do USMCA, prevista para 2026.
"Em termos gerais, as garantias processuais (exigidas pelo USMCA) são atendidas, e a separação entre a autoridade investigadora e a autoridade sancionadora é expressamente observada", disse ele.
Independência garantidaA nova LFCE estabelece que a Comissão Nacional Antimonopólio será um órgão descentralizado da APF, localizado no Ministério da Economia, mas com um regime especial que, na opinião de Marván, protege a independência do órgão.
"A iniciativa não só reforma a lei da concorrência, como também a lei sobre entidades paraestatais e cria um regime especial para este órgão descentralizado. Assim, dentro da própria APF, haverá um órgão descentralizado com um chefe de setor, mas este terá um regime muito especial dentro da própria APF que permitirá a adoção contínua de decisões técnicas, colegiadas e independentes", afirmou.
Eleconomista