O dia de alta continua no mercado de ações após a vitória da La Libertad Avanza nas eleições legislativas da Cidade de Buenos Aires.

Os ativos argentinos registram fortes ganhos nesta segunda-feira após os resultados das eleições que fortaleceram La Libertad Avanza na Cidade de Buenos Aires . O S&P Merval subiu 2,7% e os títulos denominados em dólar subiram em média 1,5%, enquanto em Wall Street, os ADRs subiram até 6%.
Pouco mais de 24 horas após a retumbante vitória do partido no poder em Buenos Aires, os mercados financeiros reagiram com otimismo. Em uma sessão marcada por quedas globais, o principal índice da Bolsa de Valores de Buenos Aires contrariou a tendência e ficou em 2.380.000 pontos, seu nível mais alto desde fevereiro.

ADRs de empresas argentinas listadas em Nova York lideraram a alta, ganhando até 6,6%. Os maiores ganhos foram do Banco Supervielle (+6,6%), Edenor (+5,8%) e Telecom (+5,5%). Segundo analistas de mercado, a interpretação política por trás dos resultados das eleições foi fundamental para esse comportamento.

"A nacionalização das eleições de Buenos Aires permitiu que o governo nacional demonstrasse força e ganhasse impulso para os desafios futuros na província e em nível nacional. A presença de todo o gabinete, ao lado do Presidente Milei, na celebração foi um sinal claro da consolidação do projeto libertário", observou a Max Capital.
Na mesma linha, o analista técnico Jorge Fedio sustentou que "o Merval está se recuperando da correção dos últimos meses e confirmando o fundo de alta iniciado em outubro de 2022". O índice, medido em dólares, ultrapassou novamente os 2.000 pontos, refletindo a confiança do mercado após as eleições.
Os títulos do governo em dólares também acompanharam o movimento. Tanto o índice Bonares quanto o índice Global subiram 1,5% em média, apoiados pela consolidação do plano econômico e pelo resultado favorável ao partido no poder. A melhora no cenário político reforça o cenário de estabilidade cambial que a equipe econômica liderada por Luis Caputo busca sustentar.
Apesar do entusiasmo local, o contexto internacional mostra sinais preocupantes. Na sexta-feira à noite, a Moody's rebaixou a classificação da dívida dos EUA, juntando-se à Fitch e à S&P, que já haviam feito isso. A decisão impactou os mercados globais e alimentou o debate sobre a sustentabilidade fiscal da maior economia do mundo.
Ao mesmo tempo, a desaceleração do crescimento na China e as pressões políticas internas nos Estados Unidos criaram incerteza. A Casa Branca e Pequim confirmaram uma redução temporária nas tarifas, mas os temores de uma recessão global permanecem.
A Moody's alerta que o problema da dívida não está sendo resolvido. "O megaprojeto republicano só piora as coisas", disse o analista George Lagarias à Reuters. Na mesma linha, Felipe Mendoza (ATFX Latam) alertou que "Trump está pressionando por um corte de taxas e uma reforma tributária que está criando divisões internas".
Ao contrário dos mercados internacionais, os ativos argentinos estão mostrando resiliência. As decisões políticas de domingo remodelaram as expectativas, e a vitória libertária na cidade se traduz em um claro comprometimento dos investidores com a continuação do programa econômico.
"A resposta do mercado é uma validação das reformas promovidas pelo governo. O resultado de Buenos Aires foi um sinal de apoio que se traduz em confiança financeira", observou um fundo de investimento estrangeiro com atuação na América Latina.
Naquela época, os mercados asiáticos fecharam em leve baixa, e Wall Street estava sendo negociada em baixa de até 0,6%. Ainda assim, o otimismo em relação aos ativos argentinos contrasta fortemente com a cautela externa. Para analistas, estabilidade cambial, superávits fiscais e disciplina monetária são elementos-chave que começam a ser reconhecidos pelos investidores internacionais.
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