Cientistas dizem que baleias jubarte sopram anéis de bolhas em humanos em encontros amigáveis.

Pela primeira vez, baleias jubarte foram documentadas produzindo grandes anéis de bolhas, como um fumante soprando anéis de fumaça, durante interações amigáveis com humanos.
Esse comportamento, pouco estudado até agora, pode representar brincadeira ou comunicação, de acordo com um artigo de cientistas do Instituto SETI e da Universidade da Califórnia, Davis, publicado na revista Marine Mammal Science.

Duas baleias jubarte observadas na Califórnia. Foto: Facebook: Dana Wharf Whale Watch
As baleias jubarte já são conhecidas por usar bolhas para encurralar suas presas e criar esteiras e estouros de bolhas quando competem para escoltar uma baleia fêmea.
Essas novas observações mostram que as baleias jubarte produzem anéis de bolhas durante encontros amigáveis com humanos.
Esta descoberta contribui para o objetivo mais amplo da equipe WhaleSETI de estudar a inteligência não humana para auxiliar na busca por inteligência extraterrestre.
"Devido às atuais limitações tecnológicas, uma suposição importante na busca por inteligência extraterrestre é que a inteligência extraterrestre e a vida estarão interessadas em fazer contato e, portanto, terão como alvo receptores humanos", disse o Dr. Laurance Doyle, cientista do Instituto SETI e coautor do artigo, em uma declaração.
Essa importante suposição é apoiada pela evolução independente do comportamento curioso em baleias jubarte.
Interagir As baleias jubarte vivem em sociedades complexas, exibem diversidade acústica, usam ferramentas de bolhas e ajudam outras espécies a afastar predadores, disse o Dr. Fred Sharpe, coautor principal e afiliado da UC Davis.
"Agora, como um sinal candidato, estamos mostrando que eles estão soprando anéis de bolhas em nossa direção, em uma aparente tentativa de interagir de forma divertida, observar nossa resposta ou se envolver em algum tipo de comunicação", disse Sharpe.
As baleias jubarte geralmente exibem um comportamento curioso e amigável em relação a embarcações e nadadores humanos, acrescentou a coautora principal Jodi Frediani, fotógrafa da vida marinha e afiliada da UC Davis.
"Localizamos uma dúzia de baleias de populações ao redor do mundo, a maioria das quais se aproximou voluntariamente de barcos e nadadores soprando anéis de bolhas durante esses episódios de comportamento curioso", diz Frediani.

Baleias jubarte no Golfo de Urabá. Foto: Corpourabá
O estudo analisa 12 episódios de produção de anéis de bolhas envolvendo 39 anéis feitos por 11 baleias individuais.
Semelhante ao estudo da Antártida ou de outros análogos terrestres como substitutos de Marte, a equipe Whale-SETI estuda sistemas de comunicação inteligentes, não terrestres (aquáticos) e não humanos para desenvolver filtros que ajudem a analisar sinais cósmicos em busca de sinais de vida extraterrestre.
Como Karen Pryor destacou, "os padrões de formação de bolhas dos cetáceos constituem um modo de comunicação inacessível aos mamíferos terrestres".
eltiempo