Acordo fundamental! México obtém tarifa preferencial de 15% para automóveis com os EUA. Ebrard comemora acordo em meio a uma agenda presidencial dominada pela crise.

O secretário da Economia, Marcelo Ebrard, anunciou nesta quarta-feira um importante acordo com os Estados Unidos que estabelece uma tarifa média de 15% sobre veículos fabricados no México e exportados para o mercado americano. A medida, descrita pela autoridade como uma "pechincha", busca fortalecer a indústria nacional e o fenômeno do nearshoring, embora a agenda presidencial de Claudia Sheinbaum tenha sido dominada pela crise de segurança após o assassinato dos associados de Clara Brugada.
Em um movimento significativo para a indústria automotiva mexicana, o governo garantiu tratamento tarifário preferencial dos Estados Unidos. O secretário de Economia, Marcelo Ebrard, anunciou que os veículos montados no México e destinados ao mercado dos EUA enfrentarão uma tarifa média de 15%, uma redução significativa em relação aos 25% aplicados anteriormente sob certas condições.
"É uma vantagem competitiva para o México", disse Ebrard, que, embora admitindo que preferiria tarifas zero, enfatizou a importância dessa negociação. O benefício, estabelecido na Proclamação 10.908, representa um desconto aproximado de 40% sobre a tarifa geral e se aplica exclusivamente a veículos fabricados no México. Além disso, está sendo considerada a possibilidade de tratamento retroativo, o que poderia permitir que algumas empresas recuperassem tarifas pagas anteriormente.
O acordo também inclui a aceitação de que peças automotivas montadas nos Estados Unidos serão consideradas conteúdo de origem americana segundo as regras do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA). Isso é relevante, visto que um relatório conjunto do Departamento de Comércio dos EUA e da Administração de Comércio Internacional revelou que os carros exportados do México e do Canadá sob o USMCA contêm, em média, apenas 40% de componentes dos EUA. Com essa regra, os importadores evitam pagar a tarifa sobre esse percentual, e a nova proclamação reduz ainda mais o impacto no México.
"O benefício se aplica exclusivamente a veículos fabricados no México, o que fortalece a competitividade da indústria automobilística nacional no mercado americano."
O anúncio gerou reações diversas entre analistas. Adrián González, presidente da Global Alliance Solutions, embora tenha considerado o acordo positivo, alertou sobre a "complexidade operacional muito significativa para as empresas" e observou que nem todas as montadoras, especialmente as japonesas ou alemãs, poderiam cumprir facilmente o requisito de conteúdo regional de 40% para se beneficiarem totalmente.
Por sua vez, Rodolfo Ramos, economista do Bradesco BBI, viu a medida como um potencial impulso para o nearshoring no México. No entanto, ele alertou que a próxima revisão do USMCA poderia endurecer as regras de conteúdo regional, o que representaria um "desafio para os negociadores mexicanos". Essas perspectivas moderam o otimismo oficial, demonstrando que, embora isso represente um progresso, as relações comerciais no setor automotivo são um campo de negociação constante e complexa, sujeito a pressões protecionistas e às realidades operacionais de empresas multinacionais.
Curiosamente, embora se esperasse que a presidente Claudia Sheinbaum oferecesse mais detalhes sobre essas negociações em sua coletiva de imprensa matinal desta quarta-feira, sua agenda foi dominada pela crise desencadeada pelo assassinato de Ximena Guzmán e José Muñoz, colaboradores próximos da chefe de governo da Cidade do México, Clara Brugada, bem como por reportagens sobre o andamento dos trens de passageiros. Essa priorização da crise de segurança em detrimento de um anúncio econômico potencialmente favorável pode indicar a gravidade percebida do ataque e seu impacto na agenda nacional, ou uma estratégia de comunicação para lidar com ambas as questões separadamente, deixando os detalhes técnicos do acordo para o Ministério da Economia.
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La Verdad Yucatán