Cristina Kirchner pediu reabertura do processo contra Gerardo Milman

Cristina Kirchner solicitou à Justiça Federal a reabertura do processo envolvendo Gerardo Milman na tentativa de homicídio de 2022. A audiência contou com a presença do ex-deputado, que solicitou a retirada das acusações contra ele. A decisão final ainda não foi proferida.
O advogado Marcos Aldazabal descreveu a decisão da juíza María Eugenia Capuchetti como "arbitrária" e "surpreendente". Ele argumentou que a juíza encerrou a investigação sem avaliar todas as provas.
O caso ligou indiretamente Milman ao planejamento do atentado. A suspeita surgiu a partir de declarações de Jorge Abello, assessor do governo Kirchner na Câmara dos Deputados. Segundo Abello, o ex-deputado teria dito em um bar em frente ao Congresso: "Quando a matarem, estarei a caminho do litoral".
Aldazabal afirmou que o caso era prematuro. Explicou que ainda havia medidas probatórias pendentes e criticou a fraca justificativa da decisão. Afirmou que o juiz apenas transcreveu o depoimento de Milman, prestado em maio, quando ele falou por mais de cinco horas perante o tribunal.
O advogado de Milman, Mauricio Castro, afirmou que seu cliente cooperou integralmente. Ele afirmou que o telefone entregue às autoridades não era o mesmo que ele tinha em 2022, mas argumentou que esse fato não alterava o caso.
Castro acrescentou que a investigação deve determinar se alguém financiou ou encorajou os autores do ataque. "Parece claro que ninguém financiou esses indivíduos", afirmou o advogado.
Ele também observou que todas as testemunhas presentes no bar negaram ter ouvido a frase atribuída a Milman. Os juízes Leopoldo Bruglia, Mariano Llorens e Pablo Bertuzzi decidirão se reabrem o caso ou mantêm seu encerramento.
Enquanto isso, Jorge Abello está sendo investigado por perjúrio. O assessor prestou depoimento 23 dias após, segundo ele, ouvir as palavras de Milman. Ele afirmou que o ex-deputado tinha conhecimento prévio do ataque contra Cristina Kirchner.
Nenhuma das pessoas que o acompanhavam confirmou essa versão dos fatos. A mensagem que ele alegou ter enviado ao seu chefe, o deputado Marcos Cleri , também não foi encontrada em seu celular.
O juiz Capuchetti ainda precisa decidir sobre a situação jurídica de Abello. Enquanto isso, a Justiça Federal analisa os pedidos de Kirchner e Milman. Ambos buscam anular a decisão, embora com objetivos opostos: ela quer reabrir o caso, enquanto ele busca sua rejeição definitiva.
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