Estas três frases de Retailleau despertam a ira dos macronistas, a entrevista que não passa

Enquanto o divórcio entre Bruno Retailleau e o macronismo não está finalizado, as relações entre o Ministro do Interior e o bloco central nunca estiveram tão tensas. Em entrevista à revista de extrema direita Valeurs Actuelles , o Vendéen não mediu palavras, como de costume, exceto por um detalhe: indicou claramente que sua presença no atual governo não se devia de forma alguma a sinergias políticas com Emmanuel Macron, muito pelo contrário.
O presidente republicano simplesmente criticou duramente o bloco central, entidade da qual faz parte desde sua chegada à Place Beauvau. Primeiro, afirmou que "o macronismo acabará com Emmanuel Macron, simplesmente" porque "não é um movimento político nem uma ideologia: é essencialmente baseado em um homem", afirmou nas colunas do semanário conservador.
"Não podemos vencer sozinhos": um chamado à ação para o RN?Uma declaração que não agrada ao partido de Macron. "O macronismo é uma ideologia E um partido político. Tentar dividir o núcleo comum enfraquece as defesas contra os extremos! Agir em conjunto exige respeito mútuo", protesta a Ministra da Educação Nacional, Élisabeth Borne, no X. Mas Bruno Retailleau não parou por aí. Ele persiste e insiste: "Não acredito em 'ao mesmo tempo', porque isso alimenta a impotência", acrescenta o chefe do LR.
Uma terceira declaração mordaz não deixou de provocar reação. Segundo ele — e não é a primeira vez que o faz — "a pior ameaça política" é a França Insubmissa (LFI). De fato, ele defende a manutenção de um "cordão sanitário" contra o movimento de esquerda nas próximas eleições municipais de 2026. "Não podemos vencer sozinhos", disse ele. Então, com a ajuda do Rally Nacional (RN)? Uma aliança não foi descartada neste momento pelo Ministro do Interior; de qualquer forma, ele não se manifestou contra a ideia.
"Ele pode renunciar", o partido de Macron se posiciona contra Retailleau"Bruno Retailleau está constantemente jogando um jogo duplo. Não se pode ser ministro dia sim, dia não. Os franceses esperam um Ministro do Interior que aja e apresente resultados", lamenta a ex-Ministra da Educação Nacional, Anne Genetet, na BFMTV. Para Agnès Pannier-Runacher, Ministra da Transição Ecológica, "dividir não é um projeto", disse ela em resposta aos comentários de Bruno Retailleau.
"O macronismo é a escolha da ação diante do populismo, da unidade diante da divisão. É o que manteve o país unido durante as crises. Este projeto vive hoje no Presidente e numa geração política que acredita na responsabilidade, na soberania e na justiça social", afirma. "A LR não vence uma eleição nacional há 18 anos. Se Retailleau tivesse o mínimo de decência, esta simples realidade o obrigaria a permanecer em silêncio. Caso contrário, ele pode renunciar", afirma Ambroise Méjean, secretário-geral do Renaissance. Depois de ter irritado grande parte do partido de Macron, Bruno Retailleau será recebido nesta quinta-feira no Palácio do Eliseu por Emmanuel Macron. Uma entrevista que pode ser bastante movimentada.
L'Internaute