Ginastas israelenses são banidas do campeonato mundial e competição será realizada em Jacarta

Atletas israelenses não viajarão para Jacarta. O Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que foi acionado pela Federação Israelense de Ginástica (IGF) após o governo indonésio revogar os vistos de ginastas israelenses que competiriam no Campeonato Mundial de Ginástica Artística em Jacarta (19 a 25 de outubro), decidiu na terça-feira, 14 de outubro. O tribunal rejeitou as medidas provisórias solicitadas pela Federação Israelense de Ginástica.

Após o anúncio das autoridades indonésias sobre a revogação de vistos em 9 de outubro, a federação israelense solicitou à CAS que obrigasse a Federação Internacional de Ginástica (FIG) a "garantir a participação da equipe israelense no Campeonato Mundial". Como não obteve sucesso, solicitou a transferência ou o cancelamento do campeonato. Quinhentos atletas de 86 países são esperados na capital indonésia.

Mas esses pedidos provisórios, examinados com urgência devido à iminência da competição, que começa domingo, "foram rejeitados" pelo mais alto tribunal do mundo do esporte, que não apresentou justificativa. Seis atletas israelenses deveriam participar do Campeonato Mundial, incluindo Artem Dolgopyat, campeão olímpico em Tóquio em 2020 e atual campeão mundial de solo.

"Estamos profundamente preocupados com as decisões recentes, que podem ter um impacto negativo no futuro de todas as nossas delegações e no futuro do esporte em geral. Continuamos a lutar, na esperança de obter justiça, mas, infelizmente, não poderemos mais competir neste campeonato mundial", reagiu a IGF no Instagram .

Ao recorrer ao CAS, a Federação Israelense contestou e solicitou a anulação, em primeira instância, do comunicado de imprensa da Federação Internacional, que havia "tomado nota" da decisão indonésia, sem criticá-la explicitamente ou cogitar a possibilidade de adiar a competição. A Federação Israelense considera que os estatutos do órgão internacional obrigam seu comitê executivo a "tomar uma decisão" em caso de recusa de vistos a atletas, e que essa ausência de decisão "constitui uma negação de justiça, criando assim uma situação de discriminação contra uma federação membro" . O CAS encerrou o recurso, considerando que não tem competência para anular o comunicado de imprensa da Federação Internacional.

O tribunal também enfatizou que não tem "prerrogativas na emissão de vistos de entrada para a Indonésia" e que a decisão das autoridades em Jacarta "está totalmente fora de [sua] jurisdição" .

A participação de uma delegação do Estado judeu no evento gerou forte oposição no arquipélago, que abriga a maior população muçulmana do mundo e sempre apoiou firmemente a causa palestina. Nos últimos dias, diversos políticos e organizações muçulmanas moderadas do país intensificaram seus apelos para que a delegação israelense seja excluída da competição.