Trump contra o paracetamol, a comunidade científica se levanta

A AIFA também descartou qualquer nova evidência que justifique as mudanças: "O paracetamol pode ser usado durante a gravidez, se clinicamente necessário, na menor dose e pelo menor tempo possível."
Especialistas reagiram duramente. A Autism Science Foundation classificou as declarações como "perigosas" e "minimizaram a complexidade do autismo". A presidente Alison Singer acrescentou: "Não há novos dados, estudos ou conferências científicas que justifiquem tal anúncio. É enganoso para as famílias."
A Coalizão de Cientistas do Autismo enfatizou que os dados citados "não apoiam as alegações de que o Tylenol causa autismo e que a leucovorina é uma cura", acusando a administração de alimentar "medo e falsas esperanças".
Na Itália, a Sociedade Italiana de Neuropsiquiatria Infantil e Adolescente (Sinpia) também expressou "profunda preocupação" com alegações que considerou "desprovidas de qualquer base científica real". A presidente Elisa Fazzi lembrou que "o autismo é um transtorno complexo e multifatorial, sem um fator causal único e certo".
No cenário econômico, a tempestade não tardou a chegar. As ações da Kenvue, empresa que fabrica o Tylenol, despencaram 7,5% imediatamente após a coletiva de imprensa. No dia seguinte, porém, recuperaram quase todas as perdas, fechando com alta de 5% no pré-mercado.
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