Guerra Irã-Israel iminente: tensões aumentam rapidamente na região


As tensões na região estão aumentando rapidamente após os ataques aéreos israelenses contra o programa nuclear iraniano. O Irã vê os ataques como uma declaração de guerra e promete vingança. Como o restante do Oriente Médio responde?
Após o ataque israelense, o Irã hasteou uma bandeira vermelha sobre a Mesquita Jamkaran, em Qom, ao sul da capital iraniana, Teerã. Na fé xiita, a religião oficial do Irã, isso se refere a um ato de vingança. E, de fato, poucas horas após os ataques israelenses, o Irã enviou 100 drones para Israel e disparou mísseis contra Tel Aviv.
"Se esses ataques continuarem, a situação poderá evoluir para uma guerra aberta entre Irã e Israel", afirma Floor Brands, repórter da RTL News Middle East. "Ambos os países têm influência direta e aliados em todo o Oriente Médio."
Um dos atores mais importantes no Oriente Médio são os Estados do Golfo. Bahrein, Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Omã abrigam grandes bases militares americanas. Isso os torna alvos potenciais para o Irã.
O Irã já alertou que se os EUA ou Israel atacarem o Irã, essas bases americanas sofrerão.
Os Estados do Golfo estão, portanto, equilibrando-se numa corda bamba geopolítica. "Os EUA estavam cientes do ataque. Com isso, o Irã os vê como cúmplices", diz Brands. "Mas me pergunto se o Irã realmente fará isso. Com um ataque aos EUA nos Estados do Golfo, o Irã faz novos inimigos", explica Brands.

Segundo o especialista em Oriente Médio Thomas van Gool, da organização de paz PAX, os vizinhos do Irã não têm interesse em uma guerra com Israel. "Além disso, muitos países vêm trabalhando há anos para melhorar suas relações com Israel."
Os países vizinhos, portanto, permanecerão distantes se isso acontecer, diz Brands. A Síria vê tanto o Irã quanto Israel como inimigos: o Irã, por ter apoiado o regime de Bashar al-Assad durante anos em sua guerra contra seu próprio povo, e Israel, por ter tomado território sírio. "O país está em grande parte destruído e praticamente não tem forças militares após 14 anos de guerra civil."
No entanto, algo parece estar mudando. Há novas conversas sobre um acordo de paz entre os novos governantes da Síria e de Israel.
Do Líbano, um ataque a Israel poderia ser lançado pelo Hezbollah, um aliado estratégico do Irã. Mas esse cenário parece improvável neste momento.
"Após os pesados ataques israelenses no final de 2024, o Hezbollah ficou seriamente enfraquecido", diz Van Gool. "A organização enfrenta problemas logísticos, entre outros. As rotas de armas via Síria estão praticamente fechadas desde a queda do regime."
E no Iraque, o Irã também tem aliados influentes, como Hashed al-Shaabi e Al-Nujaba. Suas opções de intervenção são limitadas. "Em teoria, eles poderiam usar mísseis de longo alcance ou drones", diz Van Gool. "Mas não vejo isso acontecendo tão cedo. Israel tem poder militar superior e as milícias têm pouco a ganhar. Pelo contrário, correm o risco de uma retaliação brutal."
A Jordânia mantém paz com Israel desde 1994, por meio do Acordo de Wadi Araba. O país não quer guerra e, portanto, se mantém afastado do conflito entre Israel e o Irã o máximo possível.
"A Jordânia está agindo de forma independente", diz Van Gool. No entanto, o reino não está completamente alheio. "Eu não os chamaria necessariamente de neutros", diz Van Gool. "Drone iranianos que tentam voar para Israel através do espaço aéreo jordaniano são ativamente interceptados pelo exército jordaniano."
"Além dos houthis no Iêmen, o Irã tem pouca influência na região", afirma Brands, repórter especializado em Oriente Médio. "Parece que o Irã permanecerá sozinho na guerra iminente."
RTL Nieuws