Este pode ser o fim das lareiras. A produção será praticamente impossível.

- Quase 3,5 milhões de aquecedores locais foram instalados na Polônia, e até 6 a 8 milhões de poloneses os utilizam.
- A partir de 1º de janeiro de 2022, somente lareiras que atendam aos chamados requisitos de ecodesign poderão ser introduzidas em toda a UE.
- Agora, porém, os padrões estabelecidos serão reforçados. Segundo a indústria de lareiras, isso pode levar à liquidação do mercado legal de dispositivos de aquecimento a lenha em toda a UE.
A Ecodesign, uma diretiva da UE sobre lareiras e fogões, entrou em vigor em 2022. Ela enfatiza a eficiência energética e a redução das emissões de poluentes como poeira, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis de aparelhos de aquecimento, incluindo lareiras e fogões. Também estabelece padrões.
O ecodesign deve ser reforçado, inclusive no que diz respeito aos padrões de poeira.No final de junho, a Comissão Europeia realizou um fórum de consulta em Bruxelas sobre a revisão do Regulamento de Design Ecológico para aquecedores de ambiente locais (LOHs), incluindo lareiras, fogões e inserções a lenha. Entre os participantes, estavam:
Estamos lidando com uma tentativa de impor padrões irrealistas que não têm justificativa tecnológica ou ambiental.
- diz Wojciech Perek, membro do conselho da Associação Nacional "Kominki i Stoves" (Lareiras e Fogões), especialista da campanha Madeira - Energia Positiva, promovida pela associação.
Na sua opinião, as propostas podem levar à liquidação do mercado legal de dispositivos de aquecimento a lenha em toda a UE.
As alterações incidirão sobre os limites de emissão de poeiras em suspensão e sobre a introdução da obrigatoriedade de utilização de dispositivos periféricos (incluindo inserções de lareiras de ar e água, ventiladores para distribuição de ar quente e sistemas de acumulação de calor).
Fabricantes de lareiras questionam dados e o papel das organizações não governamentaisDe acordo com a Direção-Geral de Energia (DG ENER), os níveis de emissão de poeiras das lareiras são muito elevados - cerca de 254 mg/m³.
Esses números são ficção estatística. A Comissão se baseia em métodos ultrapassados e alheios ao estado atual da tecnologia. Na Polônia, segundo dados da KOBiZE, as emissões reais de dispositivos em conformidade com o padrão de ecodesign são de aproximadamente 36 mg/m³ – quase sete vezes menores do que as alegações de Bruxelas.
- diz Krzysztof Woźniak, especialista em DPE.
Especialistas do DPE também acreditam que os mapas de emissões da Comissão Europeia para a Europa são enganosos. Polônia, Itália e Bulgária estão marcados em vermelho no mapa — sugerindo altas emissões — enquanto países como Alemanha, França e Holanda estão marcados em verde.
Esses números não levam em conta o fato de que uma parcela significativa dos eletrodomésticos na Polônia ainda não foi substituída, já que as proibições e restrições ao uso de lareiras, introduzidas pelas chamadas regulamentações antipoluição, geraram relutância e desconfiança em investir em novos eletrodomésticos ecológicos e de baixa emissão ("por que devo substituí-los se sou imediatamente proibido de usá-los?"). O setor possui relatórios detalhados mostrando que, com a substituição natural de eletrodomésticos antigos por novos — em conformidade com a regulamentação — as emissões cairão sem a necessidade de regulamentações mais rigorosas. Estamos falando de um processo que já começou, e a Comissão Europeia quer antecipá-lo com regulamentações dispendiosas, desnecessárias e prejudiciais.
– observa Woźniak.
O DPE também questiona o papel das organizações não governamentais que promovem a eliminação completa do uso da madeira como combustível de aquecimento na formulação das regulamentações da UE. Elas mencionam o Polish Smog Alert, o Frank Bold e o Centro Europeu do Ar Limpo. Segundo representantes da indústria, essas organizações apresentam "posições extremamente tendenciosas, baseadas em ideologias, sem respaldo em pesquisas independentes, e suas ações nem sempre são transparentes do ponto de vista financeiro".
A nova versão do regulamento deverá ser adotada em 2026, e a entrada em vigor dos novos regulamentos está prevista para 2032–2033.
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