O prefeito está se aposentando aos 50 anos. Para alguns, é justiça, para outros, direito

- - Tiraram nosso direito de concorrer às eleições, então merecemos uma compensação na forma de aposentadoria antecipada - acreditam alguns funcionários do governo local.
- Outros são contra, argumentando, entre outras coisas, que a introdução de tal benefício afetaria negativamente a percepção pública dos chefes de comuna, prefeitos e presidentes de cidades.
- - Seremos descritos como um grupo exigente - dizem os opositores da ideia.
A ideia de aposentadoria antecipada para funcionários do governo local surgiu pela primeira vez em abril de 2025, em uma reunião da Comissão de Pequenas Cidades, que opera dentro da Associação de Cidades Polonesas. A aposentadoria antecipada estaria disponível para prefeitos e presidentes de cidades que assumissem seus cargos após os 40 anos e cumprissem dois mandatos.
Devido à impossibilidade de concorrer nas próximas eleições, eles receberiam uma remuneração no valor de 85% bruto da alíquota máxima prevista em determinado governo local (a regulamentação diferencia a remuneração máxima dos servidores do governo local dependendo do porte da cidade/município).
A União das Cidades Polonesas distanciou-se dessa posição, alegando que a opinião individual dos governantes locais que fazem parte do sindicato não corresponde à posição de toda a organização. No entanto, a questão divide toda a comunidade de governos locais.
As pessoas odiarão os funcionários do governo local. Isso os tornará privilegiadosUm dos críticos da ideia é Marek Materek, prefeito de Starachowice. Em sua opinião, implementá-la poderia ter um impacto negativo na percepção pública das autoridades do governo local.
Isso nos transformará em um grupo de reivindicações desvinculadas da realidade. Fazer tais reivindicações pode obscurecer completamente a necessidade de mudanças relacionadas à regra dos dois mandatos e levar à sua não abolição.
- diz Marek Materek.
- Além disso, a imagem social dos funcionários do governo local, que até agora podemos considerar muito boa, irá se deteriorar completamente - diz o prefeito de Starachowice.

Ele ressalta, no entanto, que manter a situação atual será prejudicial ao governo local. Ele se refere, é claro, à já mencionada regra dos dois mandatos. Sua introdução – segundo o prefeito de Starachowice – na prática privou alguns cidadãos da oportunidade de votar em seu candidato "favorito".
— Os exemplos dos últimos meses mostram que apenas os candidatos que convenceram os moradores com sua estratégia de longo prazo são eleitos para os mandatos subsequentes. Por outro lado, também há aqueles que decepcionaram seus eleitores e foram destituídos em um referendo. Isso mostra que a lei funcionou mesmo sem um segundo mandato — afirma Marek Materek.
Estamos falando, é claro, da ex-prefeita de Zabrze, Agnieszka Rupniewska, que foi demitida do cargo apenas 12 meses depois de vencer as eleições.
Infelizmente, também existem municípios nos quais, além do prefeito em exercício, não há candidatos dispostos a concorrer às eleições. Eles terão dificuldade em preencher o cargo em 2029, a menos que a lei mude.
- comenta o prefeito de Starachowice.
Podemos discutir o valor dos benefícios ou o número de períodos. Mas a lei precisa mudar.O vice-presidente da União das Comunas Rurais da República da Polônia e prefeito da comuna de Cekcyn, Jacek Brygman, também enfatiza que a organização que representa quer, acima de tudo, abolir o limite de dois mandatos. No entanto, ele anuncia que a União das Comunas Rurais poderá se posicionar oficialmente em junho sobre a questão dos potenciais benefícios financeiros para os funcionários do governo local que foram "retirados" da chance de concorrer nas próximas eleições.
— A discussão sobre o valor desse benefício está em aberto, pois, na minha opinião, ele não deveria ser de 85% do salário de um determinado governo local. Tal subsídio deveria depender principalmente do número de mandatos. Há prefeitos ou chefes de comuna que não atingirão a idade de aposentadoria em 2029, mas já cumpriram mais de dois mandatos — observa Jacek Brygman.
Ele também não concorda com o argumento de que a possível introdução de um benefício adicional para ex-funcionários do governo local os colocaria em uma posição privilegiada.
Se os direitos de alguém são restringidos, e essa é a situação em que estamos agora, deveríamos considerar alguma compensação.
- afirma Jacek Brygman.
